Brasília (24/10/2013)
– Com o objetivo de relacionar o comportamento
e os sons produzidos por grupos de baleias-francas
(Eubalaena australis), uma equipe composta
por biólogos do Centro Nacional de
Pesquisa e Conservação de Mamíferos
Aquáticos (CMA/ICMBio), do Projeto
Baleia Franca (PBF), da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN) e voluntários,
realiza o acompanhamento simultâneo
das vocalizações emitidas pela
espécie e o comportamento dela neste
final de temporada reprodutiva no litoral
catarinense – o pico de ocorrência é
em setembro, sendo os últimos indivíduos
avistados em novembro. De dentro uma embarcação,
os pesquisadores observam o comportamento
dos grupos de baleias ao mesmo tempo em que
captam, por meio de conjunto de hidrofones,
os sons produzidos pelos animais.
Estudos como este permitem
a ampliação do conhecimento
científico sobre a espécie e
são fundamentais para a conservação
da baleia-franca, uma vez que fornecem informações
acerca do comportamento e da comunicação
natural da espécie que podem ser comparadas
com alterações comportamentais
frente aos impactos de atividades humanas.
Os resultados deste estudo poderão
ser aplicados em sistemas capazes de detectar
a presença de baleias, estimar o número
e determinar a distribuição
dos indivíduos baseando-se unicamente
nos sons emitidos pelos animais, aumentando
a eficiência do monitoramento da população
de baleias-francas em Santa Catarina.
Esta iniciativa dá
continuidade ao estudo realizado em 2011 pelo
Projeto Baleia Franca em parceria com a Universidade
da Pensilvânia (EUA), a UFRN e o CMA/ICMBio,
cujo objetivo foi identificar modificações
no comportamento vocal das baleias frente
ao ruído. O projeto possui o apoio
financeiro da Cetecan Society International,
The Rufford Small Grants Fundation, além
do apoio logístico, financeiro e científico
do CMA/ICMBio, PBF e UFRN.
Hábitos e ocorrência
As baleias-francas migram
anualmente entre áreas de alimentação
e reprodução. De julho a novembro
a espécie vai para Santa Catarina para
acasalar e procriar. A principal área
de ocorrência da espécie é
na Área de Proteção Ambiental
(APA) da Baleia Franca, unidade de conservação
federal localizada no litoral centro-sul de
Santa Catarina. Porém, a presença
em outras regiões do estado pode ocorrer,
e tem sido cada vez mais frequente em função
do crescimento e recuperação
populacional da espécie no Brasil.