Segunda, 16 Dezembro 2013
- LUCIENE DE ASSIS - Representantes de 115
países de todos os continentes aprovaram
o primeiro programa de trabalho da Plataforma
Intergovernamental sobre a Biodiversidade
e os Serviços Ecossistêmicos
(IPBES-2) para o período de 2014-2018.
O chamado “Consenso de Antália”” é
o resultado das deliberações
da Segunda Sessão Plenária da
Plataforma IPBES-2, que terminou neste sábado
(14/12), em Antália, Turquia, e foi
considerado um marco importante no longo processo
de criação desse novo mecanismo
internacional.
De acordo com o diretor
do Departamento de Conservação
da Biodiversidade (DCBio) do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Carlos Alberto Scaramuzza,
há novos obstávulos a superar.
“Apesar de o conhecimento científico
sobre a perda da biodiversidade e dos serviços
ecossistêmicos avançar a passos
largos, a resposta política ao problema
continua a representar um desafio relevante”,
afirma. Scaramuzza acredita que a criação
de uma plat aforma internacional dedicada
à interface entre ciência e política
atenderá a este desafio.
PROGRAMA DE TRABALHO
O Brasil ofereceu recursos
equivalentes a R$ 233 mil para o ano de 2014
com a finalidade de contribuir para a implantação
do recém-aprovado programa de trabalho
do IPBES. Serão realizadas, no Brasil,
reuniões de trabalho regionais ou de
suporte técnico com base nas atividades
programadas, em cooperação com
o Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI), nas competências
relacionadas a pesquisa e desenvolvimento.
“Nosso desafio maior será
promover, internamente, um forte engajamento
nas diferentes instâncias da implementação
da IPBES, da comunidade técnica e científi
ca, autoridades regionais, ministérios
e agências federias, além de
partes interessadas em conservação
de biodiversidade, desenvolvimento sustentável,
comunidades locais e indígenas”, explica.
A implantação dessa plataforma,
defende, poderá se constituir em um
instrumento efetivo para estabelecer e fortalecer
as conexões entre a ciência da
conservação da biodiversidade
e dos serviços ecossistêmicos
e as políticas públicas.
O Consenso de Antália,
segundo o diretor do DCBio, permitirá
a elaboração de relatórios
temáticos, regionais, sub-regionais
e globais, sobre biodiversidade e serviços
ecossistêmicos, a partir do envolvimento
das comunidades científicas nacionais
e internacionais. Ficou decidido, durante
a plenária na Turquia, que a IPBES
também promoverá atividades
de capacitação, geração
de conhecimento e o desenvolvimento de metodologias
e ferramentas de apoio à adoção
de políticas públicas para conservação
e uso sust entável da biodiversidade.
O programa de trabalho aprovado
prevê a realização de
relatórios temáticos sobre temas
importantes para o Brasil, tais como polinização
e polinizadores associados com produção
agrícola; e avaliação
dos métodos para formulação
de cenários e modelagem de biodiversidade
e serviços ecossistêmicos. Foram
aprovados, ainda, termos de referência
para a criação de três
forças tarefas destinadas à
capacitação; geração
de conhecimento e dados; e conhecimentos tradicionais
e indígenas.