Terça, 10 Dezembro
2013 - LUCIENE DE ASSIS - Até 2020,
90% dos brasileiros viverão nas cidades,
agravando ainda mais
os problemas de mobilidade urbana, segurança,
fornecimento de energia elétrica, água
potável, esgotamento sanitário
e moradia. A informação foi
prestada, na tarde desta terça-feira
(10/12), pela secretária de Articulação
Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Mariana Meirelles,
durante o Seminário sobre Construção
Sustentável, realizado pela Comissão
de Desenvolvimento Urbano da Câmara
dos Deputados.
O setor da construção civil,
segundo Mariana Meirelles, emprega, hoje,
3,3 milhões de trabalhadores formais
e movimenta cerca de 6% do Produto Interno
Bruto (PIB) brasileiro. “Mas, por outro lado,
responde por 50% a 70% dos resíduos
gerados pelas obras, consome de 15% a 50%
de recursos naturais e 54% de energia elétrica
somente na fase de produção”,
alertou.
PREOCUPAÇÃO
Na exposição,
a secretária disse que a preocupação
do MMA é desenvolver uma cultura em
que a sustentabilidade seja considerada essencial,
tendo por base a segurança no trabalho,
a ecoeficiência hídrica e energética,
a geração de resíduos
sólidos e a adoção de
compras sustentáveis associadas aos
grandes investimentos do setor da construção
civil. “O melhor, hoje, é a incorporação
dos critérios de sustentabilidade,
que orientam, principalmente, o programa habitacional
do governo federal, o Minha casa, minha vida”,
ilustrou.
Para o secretário
de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano
(SRHU) do MMA, Ney Maranhão, no que
se refere a resíduos sólidos
na construção civil, a competência
é garantir a sustentabilidade dos recursos
naturais e sua regeneração.
Maranhão acredita que o crescimento
desordenado das cidades dificulta o acesso
das pessoas a melhores condições
de vida, pois o adensamento populacional em
áreas frágeis faz aumentar as
ondas de calor, reduz a qualidade do ar, da
água, e gera impactos ambientais, sociais,
econômicos, e culturais negativos. “Afeta,
inclusive, a segurança pública,
a cidadania e a prevenção a
catástrofes naturais”, insistiu.
O problema é tão
sério, disse a representante do Ministério
das Cidades, Carolina Baima, que, hoje, 28%
da população do País
vivem em favelas em total precariedade. Segundo
ela, o Brasil é o segundo maior poluidor
da América Latina. Na sua opinião,
uma das soluções para o problema
da construção civil passa pela
busca da sustentabilidade, restaurando e mantendo
a harmonia entre os ambientes, considerando
as questões ambientais, econômicas,
sociais e culturais para garantir qualidade
de vida às pessoas nas cidades.