A poluição por plástico tornou-se uma das questões ambientais mais urgentes do planeta.
Veja o que mundo está fazendo para mudar esse cenário.

 

 
 
 
 

Até 2040 quantidade de plástico nos oceanos será quatro vezes maior

E as principais empresas do mundo sabem disso

 
 

22/04/2021 – Se nada for feito, em um futuro não tão distante, os oceanos estarão repletos de plástico. Segundo estimativas, até 2040 o volume de plástico dobrará, a quantidade anual de plásticos que chegará aos oceanos será três vezes maior, cerca de 11 milhões de toneladas em 2016 para 29 milhões de toneladas em 2040. E a quantidade de plástico nos oceanos será quatro vezes maior, chegando a 600 milhões de toneladas.

Esses são dados divulgados no estudo “Breaking the Plastic Wave”, publicado pela Pew Charitable Trusts e a SYSTEMIQ, em parceria com a Fundação Ellen MacArthur, Universidade de Oxford, Universidade de Leeds e Common Seas. Segundo o relatório, se nada for feito essa poluição ambiental poderá causar prejuízos anuais de 940 milhões de dólares.

Segundo a Fundação Ellen MacArthur, a reciclagem, neste momento, já não é mais suficiente para resolver. Mesmo se a reciclagem fosse eficiente, cerca de 18 milhões de toneladas de plástico chegaria aos oceanos a cada ano e o custo disso será 820 bilhões de dólares. De fato seria uma redução, mas não seria suficiente.

"Limpar a sujeira que entra no mar não é uma solução boa do ponto de vista de custos e não dá conta do tsunami de novos materiais chegando aos oceanos", diz Sander Defruyt, líder da Nova Economia do Plástico, iniciativa criada em 2016, pela Fundação Ellen MacArthur.

Recolher o lixo dos oceanos é uma tarefa difícil, muito cara e com resultados modestos perto da quantidade despejada. A substituição do plástico por produtos de resinas plásticas, como milho, cana-de-açúcar e mandioca ainda é um processo modesto perto da demanda, apesar de novas tecnologias serem cada vez mais comuns nas linhas de produção das indústrias. Mesmo reduzindo em 52% do plástico virgem, em função do cenário atual previsto, os oceanos receberiam cerca de 14 milhões de toneladas de plástico todos os anos.

Recolher o lixo dos oceanos é uma tarefa difícil, muito cara e com resultados modestos perto da quantidade despejada. Foto: Pixabay/Reprodução


Segundo Defruyt, toda a cadeia terá que ser repensada. "Toda nossa economia global é linear e voltada ao desperdício. Precisamos olhar para o que colocamos no mercado. Estamos tão acostumados a ver o plástico como descartável que a solução precisa começar no design de produtos", conclui. Portanto, no lugar de uma economia linear, que basicamente representa a busca pela matéria-prima, a produção, o consumo, o descarte e a reciclagem, devemos pensar em um modelo circular, ou seja, reutilizando os produtos.

Os números mostram que essa seria a solução mais viável para mitigar o problema. A redução desse descarte chegaria a um sexto, ou cinco milhões de toneladas, sendo 45% do uso de plástico virgem, reduzindo 25% as emissões de gases que atuam nas mudanças climáticas e um custo anual de 740 bilhões de dólares ao ano.

Mas o desafio parece ser bem maior. As mudanças nos processos industriais para remodelar a velocidade e a quantidade nesse padrão de negócio seriam inéditas. Toda a cadeia teria que ser revista, matéria-prima, design dos produtos, novas tecnologias e sistemas de coleta, reciclagem e reutilização. Estimativas avaliam que as empresas de plástico deveram investir 100 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento de novas plataformas até 2040, ampliando em quatro vezes os investimentos atuais.

Para os especialistas, em comparação ao atual estágio, a economia circular teria capacidade para gerar uma economia anual de 200 bilhões de dólares e promover cerca de 700 mil empregos a mais até 2040.

Os dados são claros, as estimativas feitas pelos especialistas trazem os efeitos da inércia sobre a questão do lixo plástico. O movimento Plastic no Thanks entende que o primeiro passo precisa ser dado, e rápido.

Da redação, como informações da Revista Exame
Fotos: Pixabay/Reprodução

 
 
 
     
     
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