22/04/2021
– Pesquisadores dos Estados Unidos estão transformando
o polietileno em tecido, com objetivo de reduzir o descarte desse
tipo de plástico, muito comum na produção de
diversas embalagens de alimentos e sacolas plásticas.
As novas peças têxteis
podem ser usadas em roupas esportivas e até na moda mais
sofisticada, afirmam os pesquisadores. O tecido de plástico
pode ser tornar um aliado do meio ambiente afirma a Dra. Svetlana
Boriskina, do departamento de engenharia do Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT), em Cambridge, nos EUA. A especialista diz
que sacolas plásticas sem mais utilidade podem se tornar
tecidos com alto desempenho e pequeno impacto ambiental.
"Não há razão
para que uma simples sacola de plástico não possa
ser transformada em fibra e usada como uma vestimenta de alta qualidade",
disse ela à BBC News.
"Você pode ir literalmente
do lixo para uma roupa de alto desempenho que oferece conforto e
pode ser reciclada várias vezes de volta para uma nova roupa",
conclui à agência de notícias britânica.
O projeto desse tecido possui fibras
que permitem que a água saia, ao contrário do polietileno
convencional que repele a água. Os pesquisadores afirmam
que o novo tecido à base de plástico causa menos impacto
ao meio ambiente, em relação a outros materiais como
lã, algodão, linho, seda, náilon e poliéster
e pode ser lavado com água fria, outra forma de garantir
sua ação ambiental.
Outras vantagens do novo tecido é
poder ser tingido de várias cores e por ser de um único
tipo de plástico, o polietileno, pode ser reciclado em novas
peças continuamente como tênis, coletes, leggings entre
outros produtos.
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O projeto desse tecido possui
fibras que permitem que a água saia, ao contrário
do polietileno convencional que repele a água. Foto:
Pixabay/Reprodução |
Os pesquisadores vão
além. Acreditam que em longo prazo esse tipo de tecido pode
ser utilizado em trajes espaciais de alto desempenho. Contudo, outros
pesquisadores veem o tecido com ressalvas. O Dr. Mark Sumner, da
Universidade de Leeds, disse à BBC News que as propriedades
mecânicas típicas do polietileno, como resistência
e temperatura de fusão podem limitar seu uso em tecidos e
também destaca a baixa absorção de umidade.
“O desafio fundamental que vejo
neste desenvolvimento, como vimos em muitos outros desenvolvimentos
de 'novas fibras', é quão bem a fibra se alinha com
os requisitos de conforto, toque e caimento do consumidor. Se o
tecido parecer ceroso ou rígido e não tiver conforto,
os consumidores não comprarão o produto e, portanto,
a fibra terá uso limitado para roupas”, diz Sumner.
Ao menos a pesquisa publicada na Nature
Sustainability pode ser uma alternativa para a indústria
têxtil, uma das mais poluentes do mundo, que consome imensas
quantidades de água e produz milhões de toneladas
de resíduos, além das emissões globais de gases
do efeito estufa, estimados entre 5 e 10% de tudo que é emitido
no planeta.
O movimento Plastic
no Thanks apoia todas as iniciativas de pesquisa que
visam mitigar os impactos do plástico no planeta, sobretudo
aqueles descartáveis, como o usado na pesquisa, porém
será melhor ainda se as sacolas plásticas forem evitadas
ao máximo e eventualmente até banidas.
Da redação, com informações
da BBC
Fotos: Pixabay/Reprodução |