22/04/2021
– Segundo a Organização das Nações
Unidas – ONU, comunidades vulneráveis suportam menos
os efeitos da degradação ambiental causada pela poluição
dos plásticos e aponta que ações urgentes precisam
ser deflagradas para resolução do problema. Essas
informações estão em novo relatório
ambiental da entidade global.
O relatório “Negligenciado:
Impactos da Poluição por Plástico na Justiça
Ambiental” foi produzido pelo Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em parceria com a organização
ambientalista Azul. O objetivo desta compilação é
fornecer dados que possam ajudar comunidades afetadas por resíduos
de plástico a participar de decisões que consigam
mitigar as pressões desta poluição.
As injustiças ambientais descritas
no relatório relacionadas à produção
de plástico destacam o desmatamento para construção
de estradas, a contaminação da água potável
no processo de extração de gás natural e o
deslocamento de comunidades tradicionais para exploração
de petróleo.
Segundo o relatório, os impactos
do plástico em populações marginalizadas são
graves e estão presentes em todas as fases de ciclo da produção.
Desde a extração da matéria-prima, passando
pelo processo de fabricação até o consumo e
o descarte.
Os resultados do relatório
apontam que o lixo plástico coloca em risco não só
a subsistência das pessoas que dependem dos recursos marinhos,
mas causa ainda uma série de problemas de saúde para
aqueles que consomem frutos do mar contaminados com micro e nano
plásticos tóxicos. Segundo o levantamento, as mulheres
são ainda mais expostas, por conta da exposição
aos plásticos em casa e nos produtos de higiene feminina.
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Segundo o relatório, os
impactos do plástico em populações marginalizadas
são graves e estão presentes em todas as fases
de ciclo da produção. Foto: Pixabay/Reprodução |
O relatório aponta
as diferenças de gênero, posições sociais
e poder político no processo de regulamentação
do uso do plástico e nos padrões de saúde que
impõem às mulheres alto risco de aborto espontâneo
e câncer. Com a pandemia da COVID-19, a poluição
do plástico se tornou um dos maiores problemas ambientais
do planeta, junto com as mudanças climáticas e a perda
da biodiversidade, que deverá resultar em planos de ação
ainda mais eficazes, diz o PNUMA.
O documento da ONU pede que governos
priorizem as pessoas afetadas desproporcionalmente pela poluição
do plástico, salientando que as decisões devem ser
tomadas nos diversos níveis.
Exige ainda que o monitoramento de
resíduos plásticos deva ser ampliado, que novos estudos
sejam realizados sobre os impactos na saúde e mais investimentos
sejam feitos na área de gestão dos resíduos.
O documento é claro em afirmar que governos devem ampliar
a proibição do uso de plásticos de uso único,
incentivar a redução do consumo e promover investimentos
e legislações que promovam a reciclagem e a reutilização
do plástico.
Igualmente, líderes empresariais
e industriais, organizações não governamentais
e a sociedade civil devem criar esforços para mitigar as
consequências para aqueles que são sociamente, economicamente
e politicamente marginalizados.
“Justiça ambiental significa
educar aqueles que estão na linha de frente da poluição
do plástico sobre seus riscos, incluindo-os nas decisões
sobre sua produção, uso e descarte, e garantindo seu
acesso a um sistema judicial confiável”, disse Inger
Andersen, Diretor Executivo do PNUMA.
Da redação com informações
da ONU
Fotos: Pixabay/Reprodução |