31/05/2021
– Plásticos descartáveis difíceis de
reciclar como sacolas de supermercados, embalagens de comida pronta
e canudos quem enchem aterros, lixões e corpos d’água
em todo planeta podem ganhar um novo destino. A ideia não
é transformar esses resíduos em novos produtos e sim
em energia, na forma de óleo de petróleo. Esse óleo
poderia então abastecer a cadeia de combustíveis e
lubrificantes.
Segundo estimativas, até 2050
a produção de plástico demandará até
metade do consumo de petróleo no mundo e isso definitivamente
não é um bom cenário. Essa nova tecnologia
pode reverter essa projeção e manter fora dos ambientes
esses resíduos plástico de alta capacidade poluidora.
A nova pesquisa publicada na Science
Advances afirma que o processo verificado se aplica melhor aos plásticos
conhecidos como poliolefinas utilizados em embalagens que geralmente
não podem ser recicladas como as sacolas de supermercados.
Os pesquisadores dizem que o conceito
fundamental é aquecer esses plásticos até quebrar
suas ligações químicas, reduzindo suas partículas
constituintes. Mas a novidade apresentada pelos cientistas é
que para atingir esse ponto precisam de uma temperatura bem mais
baixa que os processos anteriores, que torna o processo mais eficiente
e com custo menor.
“Esta é a primeira tecnologia
capaz de pegar os plásticos mais difíceis e reciclá-los
em algo realmente útil. É a melhor forma de reciclar
plásticos descartáveis e embalagens como polietileno
e polipropileno”, afirma Dionisios Vlachos, engenheiro químico
da Universidade de Delaware e coautor do artigo, a Jordan Golson
da Inverse.
|
|
Segundo estimativas, até
2050 a produção de plástico demandará
até metade do consumo de petróleo no mundo. Foto:
Pixabay/Reprodução
|
A maioria das pesquisas anteriores
já usava calor para quebrar os plásticos, uma técnica
conhecida como pirólise, mas esse processo exige temperaturas
que variam entre 752 a 1.452 graus Fahrenheit para ter sucesso.
Contudo, Vlachos afirma que a técnica usada por sua equipe
consegue realizar esse processo com 437 graus Fahrenheit, tornando
esse plástico em "combustíveis quase prontos
para uso em carros, caminhões ou aviões e lubrificantes".
Segundos os pesquisadores, o diferencial
na pesquisa é seu catalisador, uma combinação
de zeólitas (minerais compostos principalmente de alumínio
e silício) e óxidos de metal, incluindo platina e
tungstênio, por papel. “Sozinhos, esses dois catalisadores
funcionam mal. Juntos, a combinação faz mágica,
derretendo os plásticos e não deixando nenhum resíduo
para trás”, disse Vlachos em nota.
Segundo a Inverse esse novo método
consegue converter até 85% do material original em óleo.
Vlachos estima que 300 garrafas PET de meio litro podem produzir
até um galão de gasolina de óleo e duas caçambas
de caminhões de garrafas pode abastecer um tanque de um carro.
Os pesquisadores entraram com uma patente provisória sobre
a nova técnica e afirmam que a pesquisa é importante
para uma escala industrial.
Da redação, com informações
Smithsonian e agências internacionais
Fotos: Pixabay/Reprodução
|