08/11/2022
– Cerca de 51 milhões de toneladas de resíduos
plásticos foram descartados durante 2021 e apenas 5% desse
lixo foi reciclado, ou 2,4 milhões de toneladas. Esses são
dados do relatório Circular Claims Fall Flat Again, do Greenpeace,
sobre o problema nos Estados Unidos.
A pesquisa mostra que a reciclagem
de plástico é um mito nos Estados Unidos e que o processo
ainda é pouco usado por empresas do setor. Nos 51 milhões
de toneladas estão sacolas, garrafas e outras embalagens
plásticas e 95% de todo esse resíduo acabou em aterros
sanitários ou pior chegou aos rios e oceanos.
O estudo trouxe novos números,
em relação à pesquisa realizada em 2020, que
havia levantado dados em cerca de 370 usinas de reciclagem, nos
Estados Unidos. Nesse relatório era possível verificar
que apenas alguns materiais poderiam ser reciclados, como os a base
de politereftalato de etileno (PET), comum em garrafas de refrigerante
e de polietileno de alta densidade (PEAD), usado em embalagens de
produtos de higiene pessoal, como shampoo, e de produtos de limpeza.
Segundo o relatório, a maioria
das embalagens era economicamente inviável de reciclar, em
alguns casos impossíveis e essa perspectiva persiste no novo
relatório. O novo documento traz poucos avanços e
mostra que apenas o PET e o PEAD permanecem como os tipos de plásticos
presentes nas 375 usinas de reciclagem nos EUA.
O relatório destaca ainda que
o fato da embalagem ser reciclável não é garantia
de ser reciclado. Os dados de 2021 identificam que esses resíduos
registram taxas de processamento de 20,9% e 10,3%, respectivamente,
um pouco abaixo dos dados de 2020. Para outros tipos de plástico,
os resultados foram ainda piores. Embalagens usadas em brinquedos,
sacolas plásticas, potes de iogurte e de comida para viagem
registraram taxas inferiores a 5% de reciclagem.
Muitos países da Europa e os
Estados Unidos contabilizam resíduos como reciclados, aqueles
exportados para a China, o que não garante a destinação
correta e ainda mostra a incapacidade desses países ricos
de lidar com seus resíduos. Contudo, a partir de 2018, a
China parou de comprar e receber esses materiais, reduzindo a taxa
de reciclagem dos EUA de 9,5%, em 2014, para 8,7%, em 2018, taxas
bem abaixo do aceitável.
Responsáveis pelo estudo, afirmam
que corporações como Nestlé, PepsiCo, Unilever
e Coca-Cola têm ampliado as ações para a reciclagem
de suas embalagens. No entanto, salienta que a maior partes desses
resíduos não é reciclável. “A
solução real é mudar para sistemas de reutilização
e recarga”, diz Lisa Ramsden, ativista sênior de plásticos
do Greenpeace EUA , em comunicado.
É imprescindível que
essas grandes corporações defendam e integrem o Tratado
Global de Plásticos da ONU. “Estamos em um ponto de
decisão sobre a poluição plástica. É
hora das corporações fecharem a torneira de plástico",
afirma Ramsden.
No relatório, o Greenpeace
convoca as empresas a se comprometerem com a transformação
da cadeia de embalagens plásticas, envolvendo todo o ciclo
desses resíduos; que se comprometam com metas ambiciosas
de pelo menos 50% de embalagens reutilizáveis até
2030; e a eliminação gradual do plástico de
uso único. “O Greenpeace acredita que as empresas devem
agir agora para eliminar plásticos e embalagens de uso único
e não confiar em soluções falsas, como reciclagem
(avançada, química ou outra), conteúdo reciclado
e substituição de material”, afirma o texto.
Veja
o relatório
Da Redação, com informações
do Greenpeace e de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay
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