09/02/2023
– Presente na vida de quase toda a população
mundial, os plásticos se tornaram um dos maiores desafios
ambientais do nosso tempo. Mas agora um tratado global pretende
interromper esse crescimento voraz da produção, consumo
e descarte de embalagens plásticas. Líderes de diversos
países membros da ONU buscam entendimento para um acordo
juridicamente vinculativo sobre os plásticos e suas consequências
até 2024.
“Este é o acordo ambiental
multilateral mais significativo desde o acordo de Paris. É
uma apólice de seguro para esta geração e as
futuras, para que elas possam viver com plástico e não
serem amaldiçoadas por ele”, disse Inger Andersen,
chefe do Programa Ambiental da ONU.
As negociações do comitê
contam com delegados da ONU, representantes dos Estados Membros,
agências especializadas e ONGs. Segundo os ativistas, existem
muitos dados consolidados sobre a poluição plástica,
contudo, faltam parâmetros da indústria sobre a produção
e o descarte destes resíduos.
Segundo dados da Fundação
Heinrich Böll, cerca de 8,3 bilhões de toneladas métricas
de plástico foram produzidas entre 1950 e 2015, sendo a maior
parte de embalagens de plástico de uso único, e menos
de 10% deste total foi reciclado, o restante foi queimado, descartado
em lixões e aterros sanitários ou mesmo dispensado
no meio ambiente. Mesmo com estes números a produção
de plástico não mostra desaceleração.
De acordo com a Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o consumo de plásticos
deve aumentar de 460 milhões de toneladas, em 2019, para
1,2 bilhão de toneladas, em 2060.
Segundo a Agência Internacional
de Energia, a produção de plástico que representa
12% do consumo de petróleo no mundo deve aumentar. Portanto,
pelo menos um setor da economia tem interesse direto na produção
de plástico, o petroquímico. A necessidade de um tratado
global sobre os plásticos juridicamente vinculativo é
urgente e fundamental.
Diretrizes, regras e legislações
nacionais e regionais não têm apresentado os resultados
esperados, prova disso é que estamos afundando em um mar
de plástico em várias partes do planeta. A União
Europeia proibiu produtos de plástico de uso único,
como canudos, pratos, talheres e cotonetes. Bangladesh, Quênia
e outras nações africanas proibiram sacolas plásticas.
Nova Zelândia proibiu embalagens de poliestireno e bandejas
de PVC para alimentos. Por outro lado, países como EUA, um
dos maiores poluidores do mundo, sequer possui uma legislação
federal sobre o tema.
“No momento, temos uma verdadeira
colcha de retalhos na legislação. Mas o plástico,
como material e como poluente, é totalmente transfronteiriço.
Portanto, é incrivelmente difícil administrar algo
que flui pelo ar, pelas correntes oceânicas e pelo comércio”,
disse Christina Dixon, da Agência de Investigação
Ambiental do Reino Unido em comunicado.
Da Redação, com
informações de agências de notícias.
Foto: Reprodução/Unsplash
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