28/02/2023
– Desertos, ilhas, oceanos e até nas regiões
mais inóspitas do planeta já é possível
encontrar detritos ou resíduos plásticos. O destino
agora é o Oceano Ártico, mas ainda não se sabe
ao certo como esse lixo chega à região. Um novo projeto
de ciência cidadã realizado pelo Instituto Alfred Wegener
– AWI, na sigla original, baseado na Alemanha, traz uma nova
informação importante para entendermos como esses
plásticos chegam tão longe.
Em parceria com as empresas que trabalham
no turismo ao Ártico, os viajantes e cientistas cidadãos
recolheram e registraram resíduos plásticos nas praias
do arquipélago ártico norueguês de Svalbard.
No período de 2016 e 2021, os voluntários encontraram
23 mil itens ou 1.620 quilos de resíduos plásticos.
Segundo a AWI, um terço de
todos os resíduos plásticos que ainda podiam ser rastreados
pelos rótulos e marcas, indicou que sua origem era Europa,
sendo a maior parte oriunda da Alemanha. O relatório publicado
da revista Frontiers in Marine Science revela que países
desenvolvidos e industrializados têm grande responsabilidade
sobre a produção, consumo e descarte inadequado de
detritos plásticos no Ártico e em outras regiões
do planeta.
O relatório indica que 80%
dos resíduos são plásticos e a maioria dos
detritos é proveniente da atividade de pesca, contudo nestes
casos não foi possível identificar a origem. Em apenas
1% do material recolhido foi possível verificar etiquetas
ou rótulos, que indicavam ser da Rússia e da própria
Noruega.
Segundos os responsáveis pelo
levantamento, com base em modelos de computador, foi possível
verificar que as fontes são locais e remotas. No caso das
fontes locais, resíduos plásticos vêm de navios
e comunidades do próprio Ártico. Já as fontes
remotas, detritos plásticos e microplásticos chegam
ao Oceano Ártico a partir do Atlântico, Mar do Norte
e Pacífico Norte.
Entre as origens dos resíduos
estão Brasil, China e Estados Unidos, mas países da
Europa, como Alemanha também estiveram presentes. Aliás,
a Alemanha foi a campeã do continente europeu. Em comparação
com estudos anteriores, o relatório indica que houve um aumento
dos detritos nas costas do Ártico.
O relatório mostra que mesmo
os países mais ricos e industrializados ainda não
conseguem controlar de forma adequada o descarte ou a reciclagem
de resíduos plásticos. O novo Tratado de Plásticos
da ONU é extremamente necessário e precisamos avançar
nessa legislação global.
Da Redação, com informações
de agências de notícias.
Foto: Reprodução/Pixabay
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