21/09/2023
– Uma nova pesquisa indica que há menos lixo plástico
nos oceanos do que se imaginava, contudo os resíduos lá
descartados devem durar por muito mais tempo que o estimado. O estudo
parte de uma modelagem que estima fragmentos plásticos com
mais de 25 mm ou uma polegada e que representam mais de 95% do lixo
plástico em ambiente marinho.
Segundo a pesquisa publicada na revista
Nature Geoscience, a maior parte dos resíduos plásticos
no oceano é muito pequena, a quantidade ou massa total dos
microplásticos tem menos de cinco milímetros. A presença
de fragmentos flutuantes maiores indica que a quantidade total de
plástico é bem menor do que se pensava.
A pesquisa estima que a poluição
plástica nos oceanos seja de 25 milhões de toneladas
métricas, sendo que um quatro de milhão de toneladas
estejam flutuando. Contudo, a quantidade de lixo plástico
na superfície é bem maior, cerca de três milhões
de toneladas. Na teoria, os resíduos que estão boiando
facilitam os esforços de limpeza.
O estudo se baseou em modelos tridimensionais
do oceano, a partir de uma grande quantidade de dados coletados
em águas superficiais, praias e no fundo do oceano, entre
1980 a 2020. Ainda de acordo com a pesquisa, a cada ano os oceanos
têm recebido menos plásticos, contrariando o que se
sabia até então, cerca de meio milhão de toneladas
ao invés de quatro a 12 milhões de toneladas.
Por outro lado, a relação
da chegada de menos lixo plástico nos oceanos e quantidade
maior desses resíduos na superfície sugere que essa
poluição permanece por mais tempo no ambiente. Isso
pode levar mais tempo para resolver a questão e mesmo assim
a poluição ainda está em crescimento.
Os pesquisadores afirmam que se não
houver algum tipo de mitigação, a poluição
em ambientes marinhos pode dobrar em duas décadas. Estimativas
do Programa Ambiental das Nações Unidas indicam que
mais de um milhão de aves marinhas e 100.000 mamíferos
marinhos morram por causa da poluição plástica
todos os anos.
Referência: Mikael LA Kaandorp
et al, Massa global de plásticos marinhos flutuantes dominados
por grandes detritos de vida longa, Nature Geoscience (2023). DOI:
10.1038/s41561-023-01216-0. Nature Geoscience.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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