04/10/2023
– Uma descoberta apresentada durante o encontro da American
Chemical Society (ACS) indica que moscas mortas podem ser transformadas
em plástico biodegradável, a partir de polímeros,
que segundo os pesquisadores são difíceis de serem
encontrados como fonte.
Karen Wooley, da Universidade A&M
do Texas, nos Estados Unidos, principal autora da pesquisa, explica
que desenvolve estudos sobre métodos de transformação
de produtos biodegradáveis há cerca de 20 anos, entre
as matérias primas a glicose de árvores e da cana-de-açúcar.
O objetivo principal é criar polímeros degradáveis
ou digeríveis e que tenham vida curta no meio ambiente.
A pesquisa focou nas larvas das moscas
que contêm proteínas e que são usadas como alimentação
animal e que quando morrem e se decompõem podem ser usadas
em materiais úteis. Durante a pesquisa, descobriram que a
quitina, um polímero à base de açúcar
é um elemento das moscas que proporciona proteção
ao exoesqueleto dos insetos e também crustáceos. Os
cientistas explicam que cascas de camarões e caranguejos
já são usadas na obtenção da quitina.
Os pesquisadores dizem que a quitina
extraída das moscas parece ter um grau alto de pureza, maior
que dos crustáceos e que a descoberta indica que a nova matéria-prima
pode evitar algumas alergias a frutos do mar. A partir desta extração,
a equipe de pesquisadores desenvolveu um hidrogel que consegue absorver
47 vezes seu peso em água, em um período de 1 minuto.
O produto poderia ser usado, por exemplo, no plantio de mudas em
épocas de seca.
Os cientistas acreditam que em breve
possam desenvolver bioplásticos como policarbonatos ou poliuretanos,
que normalmente são produzidos a partir de derivados de petróleo,
e esses novos produtos poderiam reduzir a poluição
plástica, em alguma escala. Uma hipótese seria as
moscas se alimentarem desses resíduos plásticos e
por meio de uma cadeia conseguir criar esse processo em uma cadeia
circular.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
|