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Grandes marcas lutam para reduzir o uso de sachês plásticos

Estima-se que 855 bilhões de sachês sejam vendidos globalmente a cada ano, com quase metade desse total consumido no Sudeste Asiático

 
 

02/10/2024 – As pequenas saquetas de plástico, amplamente utilizadas em países de baixa e média renda, continuam a representar um desafio ambiental significativo, mesmo com as tentativas de grandes empresas de limitar seu uso. Um novo relatório aponta que, apesar das promessas, gigantes do setor de bens de consumo, como Unilever, Nestlé e Procter & Gamble, falharam em conter a produção desses materiais descartáveis, que são populares devido ao baixo custo e à conveniência, mas acarretam um elevado custo ambiental.

Estima-se que 855 bilhões de sachês sejam vendidos globalmente a cada ano, com quase metade desse total consumido no Sudeste Asiático. Até 2027, o número pode aumentar para 1,3 trilhões, de acordo com dados de grupos ambientalistas. Apesar de sua popularidade em comunidades de baixa renda, a estrutura multicamada dos sachês, que combina diferentes materiais, dificulta sua reciclagem e contribui para a crescente poluição plástica em aterros e vias fluviais.

Organizações como a BreakFreeFromPlastic (BFFP), um movimento global que luta contra a crise da poluição plástica, têm realizado auditorias de marcas para documentar o impacto ambiental dessas embalagens. Em auditorias realizadas em países como Índia, Indonésia, Filipinas e Vietnã, foram coletados mais de 33 mil sachês, atribuídos a 2.678 marcas diferentes. O relatório destaca que 86% dos sachês auditados continham alimentos embalados, enquanto o restante incluía produtos de uso doméstico e higiene pessoal.

Reprodução/Pixabay

 



As marcas regionais, como Mayora Indah e Wings, da Indonésia, e JG Summit Holdings, das Filipinas, também estão entre as maiores contribuintes para essa poluição. Além disso, algumas empresas têm tentado lidar com os resíduos plásticos de maneira ineficaz, como a queima dos sachês para uso como combustível, o que gera ainda mais poluição.

Ativistas ambientais na Ásia têm pedido há anos que as empresas eliminem gradualmente o uso de sachês, dado o impacto devastador que esses resíduos têm nos ecossistemas locais. A prática tradicional do "tingi" nas Filipinas, que envolvia a compra de pequenas porções de produtos em embalagens reutilizáveis, foi substituída pelas saquetas plásticas, agravando a crise ambiental.

No entanto, alguns países asiáticos têm feito avanços na tentativa de mitigar esse problema. Na Índia, uma recente alteração nas Regras de Gestão de Resíduos Plásticos agora exige que catadores de lixo sejam reconhecidos como parte essencial da gestão de resíduos, incluindo a recuperação de sachês plásticos. Nas Filipinas, iniciativas como lojas de sari-sari com desperdício zero estão ressuscitando a prática do refil, embora especialistas apontem que essas ações precisam ser acompanhadas pela proibição de plásticos descartáveis.

No Vietnã, novas leis ambientais exigem que as empresas recolham e reciclem sachês, mas a infraestrutura limitada do país torna essa tarefa desafiadora. Na Indonésia, regulamentos introduzidos em 2019 incentivam os produtores a reduzir os resíduos de embalagens em 30% até 2029 e a eliminar gradualmente os sachês com menos de 50 ml até 2030.

Embora algumas dessas medidas representem passos na direção certa, o problema persistente da poluição por sachês plásticos demanda uma abordagem mais rigorosa e global, com ênfase em alternativas reutilizáveis e sustentáveis. A comunidade internacional, incluindo empresas, governos e consumidores, precisa se unir para combater esse desafio crescente, a fim de proteger o meio ambiente para as gerações futuras.

Da Redação, com informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
     
     
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