05/11/2024
– Um estudo realizado pelo Instituto Federal do Paraná
(IFPR) revelou que sete em cada dez tainhas pescadas no litoral
sul do estado de São Paulo apresentam resíduos de
plástico em seus sistemas digestórios. O artigo, publicado
na revista científica "Biodiversidade Brasileira",
destaca a preocupação com os impactos desse problema
tanto para os ecossistemas marinhos quanto para a saúde humana.
De acordo com a pesquisa, os resíduos
de plástico representam uma ameaça significativa,
pois o organismo humano pode absorver substâncias químicas
potencialmente tóxicas através do consumo de peixes
contaminados. Essas substâncias estão associadas ao
desenvolvimento de doenças cardiovasculares e danos neurológicos,
alertam os pesquisadores.
A tainha, peixe comum na região
litorânea brasileira e na alimentação humana,
foi o foco do estudo. Os pesquisadores analisaram 57 exemplares
coletados no Complexo Estuarino Lagunar de Cananéia, área
de conservação ambiental no litoral sul de São
Paulo, entre 2016 e 2018, com o auxílio de pescadores locais.
Gislaine Filla, coautora do estudo,
destaca que a pesca se mostrou como uma provável fonte de
contaminação dos peixes, especialmente devido à
presença de microfibras de nylon, encontradas em 95% das
amostras. Essas microfibras são componentes das cordas utilizadas
pelos pescadores na captura de peixes, que acabam ingerindo esse
material acidentalmente.
Além dos impactos ambientais,
Filla ressalta os riscos para a saúde humana causados pela
presença de fragmentos plásticos nos organismos dos
animais. Ela enfatiza que os plásticos contêm uma variedade
de produtos químicos nocivos, que podem ser transferidos
para os seres humanos através do consumo de peixes contaminados.
A pesquisa sugere a necessidade de
políticas públicas que visem reduzir o consumo de
plástico e promover formas adequadas de descarte. Filla enfatiza
a importância de ouvir as comunidades e os cientistas na elaboração
dessas políticas, a fim de mitigar os danos já causados
ao meio ambiente e à saúde pública.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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