19/11/2024
– A Lego, maior fabricante de brinquedos do mundo, está
intensificando seus esforços para substituir os combustíveis
fósseis utilizados na produção de seus blocos
coloridos por plásticos renováveis e reciclados, até
2032, após assinar acordos com fornecedores de matéria-prima
para garantir um abastecimento de longo prazo. Porém, está
pagando caro para alcançar seus objetivos.
A fabricante, que vende bilhões
de blocos de plástico anualmente, testou mais de 600 insumos
diferentes para criar um material que substituiria completamente
seu bloco à base de petróleo, até 2030, mas
com sucesso limitado. Os blocos com pinos de Lego são bastante
duráveis e resistentes, mas a família fundadora do
grupo dinamarquês e o CEO estão comprometidos em eliminar
o petróleo e outros combustíveis fósseis de
sua cadeia de suprimentos, apesar dos custos mais altos.
Em entrevista ao Financial Times,
Niels Christiansen, CEO de Lego, contou que 30% de toda a resina
comprada pela fabricante de brinquedos veio de origens chamadas
de “balanceamento de massa”, o que significa que usou
uma mistura de material de combustível fóssil e fontes
recicladas ou renováveis.
Ressaltou também, que a empresa
está no caminho certo para garantir que mais da metade da
resina necessária em 2026 seja certificada de acordo com
o método de balanço de massa, uma forma auditável
de rastrear materiais sustentáveis através da cadeia
de suprimentos, em comparação aos 30% no primeiro
semestre de 2024.
Segundo o CEO, é 40%, 50% a
60% mais caro em termos de material. A empresa não repassa
esse valor para o consumidor, acrescentando que isso significa um
aumento significativo no custo de produção.
De acordo com o executivo, o Lego
vem tentando estimular a demanda entre os produtores de plásticos
para aumentar o fornecimento de matérias-primas mais ecológicas,
comprando volumes grandes de resina feita a partir de fontes de
balanceamento de massa.
Ainda, o Lego sofreu alguns contratempos,
quando abandonou sua tentativa mais destacada de encontrar uma alternativa
sem combustíveis fósseis para seu principal plástico,
utilizando garrafas plásticas recicladas. Descobriu-se que
o novo material levaria a maiores emissões de gases devido
à necessidade de readequar todas as suas fábricas.
Agora a empresa está "mais confortável"
com a meta para 2032 de fazer todos os seus produtos a partir de
materiais renováveis e reciclados.
Reportagem da Reuters informa que
os fornecedores estão utilizando bio-resíduos, como
óleo de cozinha ou gordura de resíduos da indústria
alimentícia, bem como materiais reciclados, para substituir
os combustíveis fósseis na produção
de plástico da empresa Lego.
A mudança ocorre em meio a
um excesso de plástico puro e barato, impulsionado pelos
investimentos das grandes empresas de petróleo em petroquímicos.
O mercado de plástico reciclado ou renovável ainda
está em seus estágios iniciais, em parte porque a
maior parte da matéria-prima disponível é usada
para biodiesel subsidiado, que é misturado aos combustíveis
de transporte.
A maior empresa de brinquedos do mundo
vem investindo fortemente em sustentabilidade e na ampliação
de suas instalações de produção, com
novas fábricas nos Estados Unidos e no Vietnã.
Da Redação, com
informações de agências de notícias
Fotos: Reprodução/Pixabay
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