19/12/2024
– Uma pesquisa recente divulgada na Global Change Biology
ressalta os perigos crescentes para os ecossistemas isolados da
Antártida devido à presença de espécies
marinhas não nativas e à poluição. O
estudo revela como resíduos flutuantes, como plásticos
e matéria orgânica, podem levar espécies invasoras
para as águas da Antártida de diversas fontes, expandindo
a variedade de possíveis origens.
O isolamento da Antártida,
historicamente, resguardou sua flora e fauna singulares de ameaças
externas. Kevin Hughes, responsável pela pesquisa e monitoramento
ambiental do British Antarctic Survey, esclarece que essa condição
de isolamento implica que as espécies antárticas não
estão habituadas à competição com espécies
exóticas, o que poderia impactar seus habitats.
A pesquisa, sob a liderança
de Hannah Dawson na Universidade de New South Wales, indica que
pequenos invertebrados marinhos têm a capacidade de se locomover
em resíduos flutuantes, tais como algas, madeira flutuante
e plástico, e estão a chegar às costas da Antártida
provenientes de regiões distantes como Austrália,
Nova Zelândia, África do Sul e América Latina.
O aumento da presença de plásticos e outros resíduos
nos oceanos proporcionou mais chances para a chegada dessas espécies.
Por meio de modelos oceanográficos,
os cientistas monitoraram a movimentação de detritos
flutuantes durante quase duas décadas. Eles notaram que os
resíduos chegam regularmente à costa da Antártida
todos os anos, demonstrando um fluxo contínuo de potenciais
invasores. Adele Morrison, coautora do estudo, destaca que a Península
Antártica apresenta uma vulnerabilidade especial devido às
suas temperaturas relativamente elevadas e às condições
frequentemente sem gelo, o que a torna um habitat ideal para a introdução
de novas espécies.
A diminuição do gelo
no mar da Antártida, um obstáculo tradicionalmente
útil para prevenir a colonização de espécies,
intensifica essas inquietações. Com a diminuição
do gelo, detritos flutuantes e seus organismos associados têm
maior facilidade para chegar e se estabelecer na Antártida.
As temperaturas mais elevadas intensificam a chance dessas espécies
se estabelecerem e impactarem os ecossistemas locais. Ações
para reduzir o transporte de poluentes e espécies exóticas
para a Antártida são essenciais para salvaguardar
seu ambiente sensível. Conforme Hughes destaca, a quantidade
de plástico nos oceanos aumenta a probabilidade de espécies
exóticas atingirem o continente.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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