21/01/2025
– O Brasil lança anualmente 1,3 milhão de toneladas
de plástico no oceano, representando 8% da poluição
global deste tipo, segundo o relatório Fragmentos da Destruição:
Impacto do Plástico à Biodiversidade Marinha Brasileira,
lançado pela Organização Não Governamental
(ONG) Oceana. O país é o oitavo maior poluidor do
mundo e o maior da América Latina, destacando-se como um
dos maiores contribuintes para a poluição plástica
global.
O oceanólogo e diretor-geral
da Oceana, Ademilson Zamboni, explica que o estudo serve como uma
ferramenta para dimensionar o problema da poluição
plástica no Brasil e impulsionar uma transição
que supera o desafio ambiental, econômico e social causado
pelo modelo atual. “O plástico que polui nossos mares
chega lá devido a um modelo de produção e descarte
que precisa ser urgentemente substituído”.
O impacto dessa poluição
é devastador para os ecossistemas marinhos e também
para a alimentação humana. O relatório revela
que 200 espécies marinhas já ingeriram plástico,
com 85% dessas espécies estando em risco de extinção.
Entre esses animais, um em cada 10 morreu devido a problemas como
desnutrição e diminuição da imunidade
após exposição a compostos químicos
nocivos.
A partir das bases de dados dos Projetos
de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos e da Bacia de Campos,
que analisam o conteúdo estomacal de 12.280 aves, répteis
e mamíferos marinhos, os pesquisadores encontraram plástico
em 49 das 99 espécies estudadas. As espécies mais
contaminadas são as tartarugas, com resíduos sólidos
presentes em 82,2% das amostras.
Na costa brasileira, a ingestão
de plástico já foi registrada em todas as espécies
de tartarugas marinhas, sendo que no caso específico das
tartarugas-verdes, o índice de ingestão entre os 250
indivíduos estudados é de 70%, podendo chegar a 100%
em algumas regiões. Além disso, foi observada a contaminação
nos peixes amazônicos, onde 98% das 14 espécies analisadas
em riachos do bioma apresentavam plástico ou microplástico
no sistema digestivo e nas brânquias. Moluscos como ostras
e mexilhões também estão contaminados, indicando
o consumo alimentar como uma via potencial de contaminação
humana.
O relatório destaca que a devastação
do plástico na vida marinha segue em grandes proporções
e não há outra saída senão a diminuição
do alto volume de resíduos despejados continuamente no mar.
Entre as recomendações
ao Poder Público, o relatório aponta a necessidade
de investimento em pesquisa e desenvolvimento, a promoção
de alternativas ao plástico com preços acessíveis
e especialmente a construção de uma legislação
específica que regule a produção da substância,
especialmente os plásticos descartáveis.
Da Redação, com informações
de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial.
Fotos: Reprodução/Pixabay
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