24/03/2025
– Um estudo publicado na revista Nature estimou que mais de
52 milhões de toneladas de resíduos plásticos
são despejados no meio ambiente anualmente, e 70% dessa poluição
global é gerada por apenas 20 países. A pesquisa,
conduzida por especialistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido,
usou dados de 50 mil áreas municipais e um software de machine
learning para mapear a gestão de resíduos, com foco
no ano de 2020.
A Índia foi apontada como a
maior responsável, descartando 9,3 milhões de toneladas
de plástico por ano, cerca de 18% do total global. Em seguida
estão Nigéria (3,5 milhões) e Indonésia
(3,4 milhões). O Brasil aparece em oitavo lugar, contribuindo
com 1,4 milhão de toneladas anuais.
Segundo os cientistas, a pandemia
de Covid-19 agravou o problema com o aumento da produção
de máscaras e luvas descartáveis. Além disso,
cerca de 57% dos resíduos plásticos gerados são
incinerados de forma inadequada em aterros, vias públicas
ou até mesmo em residências.
A queima de plásticos, frequentemente
usada em locais sem infraestrutura adequada para descarte, libera
gases tóxicos, como mercúrio, que podem causar danos
graves à saúde humana. Costas Velis, coautor do estudo,
explicou que, em muitos casos, as pessoas não têm outra
opção a não ser queimar ou despejar os resíduos
plásticos. Ele destacou os impactos da queima a céu
aberto, que podem incluir efeitos neurodesenvolvimentais, reprodutivos
e congênitos.
Mais de 400 milhões de toneladas
de plástico são produzidas globalmente todos os anos,
segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma). Grande parte desse material é descartável
e leva séculos para se degradar, gerando microplásticos
que continuam poluindo o ambiente.
Na 5ª Assembleia Ambiental das
Nações Unidas, realizada em 2022, 175 países
se comprometeram a criar um tratado global contra a poluição
plástica. As propostas incluem reduzir a produção,
adotar materiais recicláveis e menos tóxicos, além
de mitigar a poluição existente. Contudo, a elaboração
do tratado enfrenta desafios, especialmente devido às diferenças
entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Uma prática conhecida como
"colonialismo de resíduos" agrava o problema: países
ricos exportam seus resíduos plásticos para nações
com infraestrutura precária de gestão de resíduos,
sobrecarregando comunidades que já enfrentam desafios ambientais
e sociais.
Ed Cook, coautor da pesquisa, destacou que a falta de dados precisos
tem dificultado a formulação de políticas eficazes
contra a poluição plástica. O estudo fornece
informações detalhadas em escala local, que podem
ajudar governos e instituições a alocar recursos de
maneira mais eficiente para lidar com a crise.
O ranking dos países que mais
descartam plástico anualmente inclui:
1. Índia – 9,3 milhões de toneladas
2. Nigéria – 3,5 milhões de toneladas
3. Indonésia – 3,4 milhões de toneladas
4. China – 2,8 milhões de toneladas
5. Paquistão – 2,6 milhões de toneladas
6. Bangladesh – 1,7 milhão de toneladas
7. Rússia – 1,7 milhão de toneladas
8. Brasil – 1,4 milhão de toneladas
9. Tailândia – 1,0 milhão de toneladas
10. República Democrática do Congo – 1,0 milhão
de toneladas
Embora o problema seja global, as
soluções demandam uma ação conjunta
entre governos, indústrias e a sociedade, para reduzir a
dependência de plásticos descartáveis e investir
em alternativas sustentáveis.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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