27/03/2025
– Pesquisadores da Rice University desenvolveram microrganismos
bioengenheirados capazes de decompor plásticos resistentes,
como o tereftalato de polietileno (PET), utilizado amplamente em
embalagens. A tecnologia, inspirada no poder adesivo dos mexilhões,
combina uma enzima que degrada plásticos com bactérias
geneticamente modificadas para aderir eficientemente a superfícies.
Publicada na revista Small Methods, a descoberta também apresenta
soluções potenciais para problemas de bioincrustação
em diversas indústrias.
Nos Estados Unidos, cerca de 40 milhões
de toneladas de resíduos plásticos são produzidos
anualmente, sendo 64% desse total compostos por PET. Esse material,
conhecido por sua alta resistência à degradação,
pode levar séculos para se decompor naturalmente. Segundo
Han Xiao, líder da pesquisa e professor associado da Rice
University, a nova abordagem promete avanços significativos
no enfrentamento desse problema global.
Para criar microrganismos mais eficazes,
os cientistas utilizaram tecnologia de expansão de código
genético, incorporando o aminoácido DOPA, derivado
das propriedades adesivas dos mexilhões. As bactérias
alteradas demonstraram um aumento de 400 vezes na capacidade de
adesão ao PET em comparação com as não
modificadas. Quando combinadas à enzima polietileno tereftalato
hidrolase, essas bactérias conseguiram degradar significativamente
o material em poucas horas.
Os avanços não se limitam
à reciclagem de plásticos. A pesquisa também
oferece possibilidades para combater a bioincrustação
— o acúmulo de organismos em superfícies submersas,
como cascos de navios e tubulações. As proteínas
modificadas com DOPA criam uma barreira eficaz contra microrganismos,
evitando danos estruturais e reduzindo custos de manutenção.
Além dos benefícios
ambientais, a tecnologia tem potencial para melhorar dispositivos
médicos. A capacidade das proteínas modificadas de
prevenir o crescimento bacteriano pode tornar implantes e outros
equipamentos médicos mais seguros e duradouros. Mengxi Zhang,
primeira autora do estudo, destacou que a abordagem abre caminho
para o desenvolvimento de materiais inteligentes em áreas
como engenharia de tecidos e administração de medicamentos.
A pesquisa representa um marco na
busca por soluções sustentáveis para o problema
da poluição plástica. Com aplicações
que vão da reciclagem de plásticos à proteção
de estruturas submersas e avanços biomédicos, os microrganismos
bioengenheirados têm o potencial de transformar a relação
da humanidade com o meio ambiente. Como afirmou Xiao, a inovação
é uma prova de como a engenharia de códigos genéticos
pode ser usada para resolver problemas reais e urgentes do mundo
moderno.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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