24/07/2025
– Novas descobertas indicam que a Antártida, antes
vista como uma região isolada, está enfrentando uma
ameaça crescente: a chegada de espécies não
nativas. Essas espécies invasoras estão sendo transportadas
por detritos flutuantes, como a poluição marinha,
originária de massas terrestres do Hemisfério Sul,
colocando em risco os ecossistemas únicos da região.
Cientistas de diversas universidades,
incluindo a Universidade de Nova Gales do Sul e a ANU, descobriram
que objetos flutuantes, como plásticos e outros detritos,
podem servir como "cavalos de Troia" para espécies
invasoras nas águas da Antártida. A Dra. Hannah Dawson,
autora principal do estudo, destacou que o aumento de detritos produzidos
pelo homem nos oceanos oferece mais oportunidades para que essas
espécies cheguem à região, colocando em risco
seus ecossistemas.
Os cientistas já sabiam que
pequenos invertebrados marinhos e outras espécies não
nativas podiam chegar à Antártida através de
objetos flutuantes, como algas, madeira, pedra-pomes e plástico.
A crença era de que essas espécies vinham apenas de
ilhas remotas no Oceano Antártico. No entanto, nova pesquisa
revela que essas espécies podem chegar à costa antártica
provenientes de todos os continentes do Hemisfério Sul, ampliando
a origem das invasões.
O Dr. Dawson explicou que a jornada
mais longa de objetos flutuantes, como algas, foi da América
do Sul até a Antártida, superando as expectativas
de alcance. O estudo revela que esses objetos podem vir de regiões
mais ao norte, incluindo América do Sul, Nova Zelândia,
Austrália e África do Sul, e não apenas de
ilhas subantárticas, como se pensava anteriormente. Algas
marinhas como a touro e a gigante, que podem transportar espécies
não nativas, representam uma ameaça ao ecossistema
marinho da Antártida, pois criam habitats para pequenos animais
que podem colonizar a região, alterando drasticamente seus
ecossistemas.
A equipe analisou dados de correntes
e ondas de 1997 a 2015 para rastrear o movimento de detritos flutuantes
em direção à Antártida. Usando simulações
de dispersão de objetos ao longo de 19 anos, a coautora Dra.
Adele Morrison revelou que objetos de rafting chegaram à
costa antártica em todos os anos simulados. Isso indica um
fluxo constante de detritos flutuantes, como algas marinhas e plásticos,
chegando à região.
A pesquisa identifica a ponta da Península
Antártica como a região mais vulnerável à
chegada de espécies não nativas, devido às
suas temperaturas oceânicas relativamente quentes e condições
frequentemente livres de gelo. A recente redução do
gelo marinho aumenta ainda mais o risco, pois facilita a colonização
por seres vivos flutuantes ou presos a detritos. Dawson alerta que,
se o declínio do gelo marinho continuar, essas espécies
invasoras poderão ter um impacto significativo nos ecossistemas
antárticos.
O estudo revela que a Antártida
e suas espécies nativas podem estar mais vulneráveis
à invasão marinha do que se pensava, o que exige uma
reavaliação das nossas ações e seu impacto.
Com mudanças irreversíveis ameaçando um dos
ecossistemas mais únicos do planeta, as descobertas podem
influenciar as decisões futuras. O estudo destaca ainda a
importância de sermos mais conscientes sobre o descarte de
resíduos e tomar ações pequenas hoje, que podem
ajudar a preservar esse ecossistema no futuro. O estudo foi publicado
na Global Change Biology.
Criado em 2015, dentro do setor de
pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin,
o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação
desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos
quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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