25/08/2025
– Um estudo publicado no Proceedings of the National Academy
of Sciences revela que os microplásticos estão prejudicando
a produção global de alimentos e afetando a capacidade
das plantas de realizar fotossíntese. Conduzido por Huan
Zhong, da Universidade de Nanquim, o estudo estima que entre 4%
e 14% das safras globais de trigo, arroz e milho já estão
sendo perdidas devido a esse problema, e a situação
pode se agravar no futuro.
A equipe responsável por um
estudo alerta que os esforços para aumentar a produção
de alimentos, visando suprir uma população crescente,
estão sendo prejudicados também pela poluição
plástica. Segundo a pesquisa, a poluição por
microplásticos pode agravar a crise alimentar, afetando ainda
mais a produção e o suprimento de alimentos. Em 2022,
cerca de 700 milhões de pessoas sofreram com a fome, e a
poluição por microplásticos poderia aumentar
esse número em 400 milhões nos próximos 20
anos. A equipe enfatiza a urgência de reduzir a poluição
para proteger o suprimento global de alimentos.
Microplásticos são pequenas
partículas de plástico que podem ser adicionadas a
produtos ou resultar da decomposição de plásticos
maiores. Nas plantações, eles dificultam a absorção
de luz pelas plantas e danificam o solo. Quando absorvidos pelas
plantas, podem bloquear canais de nutrientes e água, gerar
moléculas instáveis que prejudicam as células
e liberar produtos químicos tóxicos, o que reduz os
níveis de clorofila.
O estudo analisou mais de 3 mil observações
sobre o impacto dos microplásticos nas plantas, a partir
de 157 pesquisas, e utilizou um modelo de aprendizado de máquina
com dados sobre a poluição atual. Os resultados indicaram
que os microplásticos reduziram em 12% a fotossíntese
de plantas terrestres e em 7% a das algas marinhas.
Os pesquisadores destacam que os efeitos
adversos dos microplásticos têm grande potencial de
afetar tanto a segurança alimentar quanto a saúde
planetária. A fotossíntese reduzida devido à
presença de microplásticos pode diminuir a absorção
de CO2 pelas florações de fitoplâncton nos oceanos.
No entanto, Richard Lampitt, do National Oceanography Centre do
Reino Unido, adverte que as conclusões do estudo devem ser
tratadas com cautela, levantando preocupações sobre
a qualidade dos dados utilizados no modelo e a especulação
sobre os efeitos da poluição plástica na produtividade
e no suprimento de alimentos.
Richard Thompson, professor de Biologia
Marinha da Universidade de Plymouth, destacou que o estudo oferece
previsões úteis sobre os impactos dos microplásticos,
contudo mais dados são necessários. Ele enfatizou
que, embora as previsões possam ser refinadas com novas informações,
já há um corpo substancial de evidências que
mostra a urgência de buscar soluções. Thompson
também apoiou a negociação de um tratado global
sobre poluição plástica, ressaltando que o
estudo reforça a necessidade de incluir a poluição
por microplásticos no tratado da ONU em negociação.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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