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Como a poluição plástica afeta as esponjas marinhas

Capacidade de contração sincronizada de células é um dispositivo de proteção das esponjas marinhas

 
 

04/09/2025 – Esponjas marinhas são os animais mais antigos do planeta, adaptando-se ao longo de milhões de anos às mudanças ambientais. Elas desempenham um papel crucial nos ecossistemas marinhos, filtrando grandes volumes de água diariamente, capturando partículas de alimento e liberando detritos essenciais para outros organismos. Embora possuam mecanismos de proteção para lidar com impurezas como grãos de areia, as esponjas agora enfrentam um novo desafio: o plástico.

Os microplásticos, ao se infiltrar nas esponjas durante o processo de filtração, representam uma ameaça significativa. Embora as esponjas tenham desenvolvido a capacidade de contrair suas células de forma sincronizada para expelir a água e os detritos, esse mecanismo de defesa pode ser prejudicado pela presença de microplásticos. Esse novo inimigo compromete a eficácia do sistema de defesa das esponjas, tornando-as mais vulneráveis a danos e interferindo na sua capacidade de filtração.

O estudo dos impactos dos microplásticos em organismos marinhos é relativamente recente, com as pesquisas começando há cerca de 15 anos. Inicialmente, o foco estava na ingestão de microplásticos por animais de valor econômico, como mexilhões, ostras e peixes, e nos efeitos na saúde desses organismos. No entanto, novas pesquisas revelaram que grandes animais marinhos, como baleias e golfinhos, também estão contaminados por substâncias químicas presentes em plásticos, usadas para torná-los mais flexíveis. Esses compostos se dissociam dos plásticos e se dispersam na água, sem a presença do material plástico visível, e são reconhecidos como disruptores endócrinos, substâncias que mimetizam hormônios e causam alterações biológicas, ampliando as preocupações sobre os impactos químicos dos plásticos nos ecossistemas marinhos.

Uma tese de doutorado no LabCel, no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, sob a orientação do professor doutor Márcio Reis Custódio, teve como foco investigar o impacto de ftalatos, como o DEHP, na fisiologia de uma esponja marinha comum em áreas poluídas, a Hymeniacidon heliophila. Após um mestrado onde foi analisado o efeito físico de partículas plásticas em mexilhões, os pesquisadores decidiram estudar como esse composto químico, amplamente distribuído nos oceanos, afeta as esponjas, que desempenham um papel crucial nos recifes de corais. Embora pouco se soubesse sobre os impactos do plástico nesse grupo de organismos, os resultados dos nossos experimentos foram surpreendentes, pois o DEHP bloqueava momentaneamente as contrações das esponjas, afetando sua fisiologia de forma significativa.

Reprodução/Pixabay

 



Embora as esponjas não precisem das contrações para sobreviver em condições normais, perder essa capacidade pode ser fatal em situações de movimento intenso da areia, por exemplo. Para entender o que estava acontecendo, os pesquisadores utilizaram técnicas clássicas como histologia, para examinar as alterações nos canais por onde a água passa, e técnicas mais modernas, como sequenciamento genético e proteômica. Essas abordagens permitiram investigar as alterações no organismo e seus simbiontes, ou seja, os micro-organismos que vivem nas esponjas.

Ao comparar os resultados com organismos controle não expostos ao DEHP e analisar as vias de contração muscular em vertebrados, a pesquisa descobriu que o ftalato bloqueava uma molécula essencial, o cálcio, que é crucial para o processo de contração, algo já observado em células cardíacas de ratos. A resposta à recuperação da capacidade de contração após certo período foi atribuída a compostos produzidos por bactérias que vivem nas esponjas. Essas bactérias estavam degradando o ftalato, o que ajudou as esponjas a retomar suas funções. Isso destacou a importância da simbiose entre esponjas e bactérias para a detoxificação, crucial para a sobrevivência de ambos em um ambiente saturado de materiais prejudiciais.

A baquelite, o primeiro plástico totalmente sintético e comercialmente viável, foi desenvolvida no início do século 20, mas seu uso era restrito a aplicações industriais, como revestimentos e isolantes térmicos. Foi somente após a Segunda Guerra Mundial que a produção de plásticos ganhou escala massiva, passando de 5 milhões de toneladas em 1950 para 359 milhões de toneladas em 2018. O plástico é formado a partir de monômeros derivados da nafta, uma fração do petróleo, que se conectam formando longas cadeias chamadas polímeros. Além disso, os plásticos contêm aditivos, como corantes, retardantes de chamas e plastificantes, com os ftalatos sendo um dos mais comuns.

A popularidade do plástico se deve à sua leveza, resistência e baixo custo, o que levou à sua ampla adoção em diversas indústrias, como moda, medicina e alimentação, transformando hábitos de consumo. No entanto, a mesma resistência que tornou o plástico tão útil também é a causa de seu impacto ambiental, já que ele não se degrada facilmente no ambiente. Mesmo quando fragmentado, o plástico não se integra ao ecossistema natural, causando sérios problemas ambientais devido à sua persistência e dificuldade de decomposição.

A intensa utilização e resistência do plástico, somadas à falta de gestão no descarte, resultaram na presença crescente de plástico nos oceanos, com os primeiros registros acadêmicos surgindo nos anos 1970. Hoje, sabemos que 70% desses plásticos são invisíveis a olho nu, estando presente em tamanho microscópico e sendo consumido por organismos marinhos, integrando-se às cadeias alimentares. Essa persistência do plástico no ambiente representa um grave desafio ecológico, já que ele permanece no ecossistema, prejudicando a fauna marinha.

A pesquisa sobre o impacto do DEHP (um tipo de ftalato) nas esponjas marinhas apresenta inovações ao utilizar um modelo animal pouco convencional para estudar o efeito de poluentes presentes nos oceanos, abrindo novas perspectivas para entender a fisiologia dessas criaturas e a evolução da função de contração em esponjas. Além disso, a pesquisa trouxe esperança para identificar bactérias que possam degradar ftalatos, contribuindo para resolver o problema do plástico no ambiente. No entanto, sem uma compreensão profunda e contínua do problema, é difícil prever soluções eficazes para combater a poluição plástica.

Da Redação, com informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
     
     
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