05/09/2025
– Onde antes havia montanhas de resíduos plásticos,
um oásis verde surgiu, graças à sua determinação
implacável. O Sr. Modou Fall, popularmente conhecido como
o “Homem de Plástico”, personifica uma luta que
vai além da reciclagem. Ele é um ativista, um educador
e um defensor de um planeta mais limpo e um futuro mais sustentável.
Do lixão ao santuário
Em 2020, quando o mundo estava lutando contra a pandemia da COVID-19,
Modou Fall estava em uma missão diferente. Medina, seu bairro,
que já foi um lugar vibrante e movimentado com todos os tipos
de atividades, tornou-se negligenciado e, com o tempo, viu o êxodo
de seus habitantes. Após várias enchentes, a área
lentamente se tornou um depósito de lixo.
“No começo, não havia nada além de lixo
e algumas paredes amassadas”, ele conta. “Mas eu sabia
que algo poderia ser feito sobre isso.”
Onde outros viam um espaço
irrecuperável, o Sr. Fall viu um potencial imenso. Com uma
equipe de voluntários, ele começou a transformar o
espaço plantando árvores, montando exibições
educacionais e reaproveitando materiais descartados.
“Cada peça aqui conta uma história. Nós
salvamos esses objetos para dar a eles uma nova vida”, ele
disse à Africa Renewal em uma entrevista em Dakar.
Limpar o lixo foi só o começo,
o Sr. Fall queria mudar mentalidades por meio da conscientização.
Ele brinca: “O problema não é só o lixo
que jogamos fora, mas nossa relação com o plástico.”
Por meio de programas educacionais
e workshops, o Sr. Fall ensina as crianças a reciclar e reutilizar
materiais que, de outra forma, seriam considerados lixo. Ele quer
que os jovens vejam o desperdício não como lixo, mas
como matéria-prima para a criatividade e a sustentabilidade.
Por exemplo, pneus velhos de carros
podem ser transformados em cadeiras, enquanto garrafas plásticas
podem ser transformadas em peças decorativas.
“Precisamos mostrar às crianças que o lixo pode
ter uma segunda vida”, ele explica. “Se ensinarmos isso
a elas hoje, elas mudarão seus hábitos amanhã.”
Mas educação por si
só não é suficiente. Ele enfatiza a importância
da mudança estrutural e pede uma melhor regulamentação
da gestão de resíduos. Ele continua sendo um defensor
vocal de políticas mais fortes de gestão de resíduos
e regulamentações ambientais mais rigorosas. “Se
não agirmos agora, a poluição plástica
sairá do controle”, ele alerta.
Um compromisso
Felizmente, os esforços do “Homem de Plástico”
não passaram despercebidos – eles lhe renderam reconhecimento
nacional de autoridades que o homenagearam por seus esforços
ambientais. No entanto, esse reconhecimento não veio sem
resistência.
Sem se deixar abater, ele continua
sua luta, expondo práticas prejudiciais com determinação.
Uma das principais questões contra as quais ele faz campanha
é o despejo de produtos químicos tóxicos no
sistema de água local por algumas indústrias.
“Há alguns anos, ainda podíamos ver sapos aqui.
Hoje, não há nenhum. Eles se foram todos”, lamenta.
Ele também observa que, apesar
da proibição de plásticos de uso único,
as sacolas plásticas continuam sendo uma visão comum
— vendidas, usadas e descartadas nas ruas.
Planos para um futuro mais verde
O objetivo do Sr. Fall de criar espaços mais verdes se estende
além de sua vizinhança. Seu próximo grande
projeto? Um centro de treinamento ecológico onde jovens podem
aprender a projetar e desenvolver soluções sustentáveis
para a poluição.
“Precisamos ir além de apenas limpar. Precisamos entender
por que estamos onde estamos e encontrar soluções
de longo prazo”, ele insiste.
Ele também imagina um espaço
onde os alunos possam vir assistir a documentários educacionais
sobre o meio ambiente, dizendo: “Amanhã, eles são
os que terão que proteger este planeta. Eles precisam saber
o que estão enfrentando.”
Ao mesmo tempo, o Sr. Fall está trabalhando com artistas
locais para criar peças de arte a partir de resíduos
reciclados. O que, ele acredita, transforma sua conscientização
em uma experiência imersiva e interativa.
“Quando você vê
um objeto reciclado se tornar uma obra de arte, você imediatamente
entende seu valor”, explica ele.
Ele também planeja introduzir campanhas regulares de limpeza
com membros da comunidade para promover uma cultura de responsabilidade
coletiva. “Se fizermos isso todo mês e tornarmos um
hábito, podemos transformar todo o nosso ambiente.”
O Plastic Man não é
um ativista típico. Ele não depende apenas de slogans
ou discursos – ele lidera com ação.
“As pessoas costumam dizer que o que estamos fazendo é
apenas uma gota no oceano. Mas o que é o oceano senão
uma multidão de gotas?”
Sua jornada é a prova de que
a determinação de uma pessoa pode desencadear mudanças.
Uma garrafa plástica reciclada, uma árvore plantada,
uma criança educada — cada ação conta.
Ao nos despedirmos após a entrevista, ele nos deixa uma mensagem
poderosa:
“Nós somos os guardiões deste planeta. Cada
um de nós tem um papel a desempenhar. Não importa
de onde viemos ou o que temos. O que importa é o que fazemos.”Fonte:
ONU.
Da ONU
Fotos: Reprodução/Pixabay
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