10/09/2025
– Imagens impactantes da Grande Mancha de Lixo do Pacífico
(GPGP), como montanhas de lixo flutuando no mar, são comuns
— mas enganosas. Elas não refletem com precisão
o conteúdo real da GPGP, suas origens ou a verdadeira ameaça
que representa à vida marinha. Essas representações
distorcidas podem atrapalhar a compreensão e o enfrentamento
eficaz do problema.
Visitar a Grande Mancha de Lixo do
Pacífico (GPGP) é um desafio logístico. Segundo
Bruno Sainte-Rose, da organização The Ocean Cleanup,
após dias de navegação em águas limpas,
começa-se a ver um aumento nos detritos marinhos, que formam
uma “sopa de microplásticos” misturada com objetos
maiores, como redes de pesca abandonadas. A Ocean Cleanup estima
que 86% do plástico na GPGP vêm da pesca e que a mancha
já cobre uma área duas vezes maior que o Texas. Ao
contrário das imagens populares, o lixo não forma
pilhas visíveis, mas está amplamente disperso e misturado
na água.
Desde 1973, marinheiros no Pacífico
Norte já relatavam a presença incomum de objetos feitos
pelo homem em alto-mar. Embora o plástico nos oceanos não
seja novidade — estima-se que existam 171 trilhões
de pedaços —, o fato de serem encontrados tão
longe da terra firme surpreende. Sainte-Rose destaca que, na maior
parte do tempo, a Estação Espacial Internacional está
mais próxima da GPGP do que qualquer ser humano, reforçando
o isolamento e a gravidade do problema.
A Grande Mancha de Lixo do Pacífico
(GPGP) se forma dentro do Giro do Pacífico Norte, um sistema
de correntes oceânicas rotativas que captura e acumula plásticos
e detritos. O GPGP é dividido em duas áreas principais:
a Mancha de Lixo Ocidental, perto do Japão, e a Mancha de
Lixo Oriental, entre a Califórnia e o Havaí. Os detritos
podem circular entre essas áreas, mas raramente escapam do
giro. Em 2024, a Ocean Cleanup removeu 11,5 milhões de quilos
de lixo dos oceanos e rios, e estima que, com US$ 7,5 bilhões,
a GPGP poderia ser totalmente limpa em 10 anos.
Nem todos concordam que limpar a Grande
Mancha de Lixo do Pacífico seja a melhor solução
para o problema do plástico nos oceanos. A Ocean Cleanup
utiliza redes para coletar plásticos maiores, mas mais de
90% dos itens no GPGP são microplásticos com menos
de 5 mm, difíceis de remover. Embora o sistema seja projetado
para permitir que animais escapem, ele também remove microrganismos
e pequenos animais que vivem aderidos ao plástico. Segundo
a microbiologista Sonja Oberbeckmann, alguns desses micróbios
até prosperam nas partículas plásticas, levantando
preocupações sobre o impacto ecológico da remoção
desses habitats artificiais.
Sainte-Rose destaca que alguns organismos
encontrados nos plásticos do oceano são espécies
invasoras, que não deveriam estar ali, o que reforça
a importância de removê-los. Ele também explica
que o foco da Ocean Cleanup vai além da GPGP — a organização
também atua em rios poluídos, com sistemas de dragagem
que impedem que o lixo chegue ao oceano. Essas ações
fluviais são mais baratas, eficazes e atraentes para os governos
locais, pois oferecem resultados visíveis. Em contraste,
obter financiamento para limpar a remota e pouco visível
GPGP é muito mais difícil.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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