23/08/2025
– Comumente usado em decorações, maquiagem e
projetos de arte, o glitter esconde sérios impactos ambientais
e frequentemente escapa para o meio ambiente, sendo encontrado até
em praias, levado pelas marés.
Uma pesquisa recente
revelou que o glitter feito de polietileno tereftalato (PET), um
tipo de plástico, não apenas polui os oceanos, mas
também interfere diretamente na vida marinha. Ele pode se
incorporar à formação de cascas e esqueletos
de organismos aquáticos, indicando um impacto ecológico
muito mais grave do que se imaginava.
O glitter, além
de contribuir para a poluição plástica, pode
formar cristais anômalos no ambiente marinho, um processo
que fragmenta ainda mais o material e agrava sua persistência
no ecossistema. Diferente de outros microplásticos, o glitter
tem uma composição única — filmes plásticos
revestidos com metais — e é amplamente utilizado em
cosméticos, roupas, decorações e produtos de
artesanato. Por ser extremamente pequeno, brilhante e durável,
ele é difícil de remover do ambiente e facilmente
ingerido por animais marinhos.
Segundo o estudo publicado
na Environmental Sciences Europe, o glitter se comporta de maneira
distinta ao entrar nos oceanos: ele não apenas flutua passivamente,
mas interage ativamente com o ambiente. Essa característica
o torna particularmente preocupante, já que pode afetar processos
naturais e aumentar os impactos ecológicos da poluição
plástica de forma mais dinâmica e duradoura.
Em laboratório,
pesquisadores simularam as condições da água
do mar e adicionaram glitter para investigar seus efeitos na formação
de minerais usados por animais marinhos na construção
de conchas. Os resultados mostraram que o glitter induziu rapidamente
a formação de minerais como calcita, aragonita e outros
carbonatos de cálcio, por meio do processo de biomineralização.
Esses minerais são fundamentais para a estrutura de organismos
como corais, ouriços-do-mar e moluscos, e a interferência
do glitter nesse processo pode representar uma ameaça séria
à vida marinha, afetando diretamente o desenvolvimento e
a sobrevivência dessas espécies.
Sob o microscópio,
pesquisadores observaram que as partículas de glitter servem
como plataformas para o rápido crescimento de cristais, especialmente
ao redor de rachaduras e bordas, com formação mineral
ocorrendo em poucos minutos. Esse processo pode interferir nos mecanismos
naturais usados por organismos marinhos para construir conchas,
que dependem de condições químicas precisas
para garantir a forma e a resistência adequadas. A presença
do glitter, ao acelerar e alterar a formação de cristais,
pode comprometer esses processos, funcionando como uma mudança
brusca e descontrolada no ambiente — comparável a um
forno que aquece demais durante o preparo de um bolo, resultando
em um produto final completamente diferente do esperado.
À medida que os
cristais crescem sobre as partículas de glitter, exercem
pressão que faz com que elas rachem e se fragmentem em pedaços
ainda menores, gerando nanoplásticos. Esses fragmentos minúsculos
são facilmente absorvidos pela vida marinha e quase impossíveis
de remover do ambiente. Micro e nanoplásticos são
ingeridos por diversos organismos, como peixes, tartarugas, ostras
e plâncton, afetando sua alimentação, crescimento
e sobrevivência. Como resultado, esses plásticos acabam
entrando na cadeia alimentar humana por meio do consumo de frutos
do mar, representando um risco também para a saúde
das pessoas.
Os resultados da pesquisa
mostram que o glitter não apenas é ingerido pela vida
marinha, mas também altera a química dos oceanos de
forma sutil, porém significativa. Ao estimular a formação
de minerais inadequados, ele pode interferir na construção
de conchas e esqueletos de organismos marinhos. Esse impacto vai
além da vida selvagem: a formação de carbonato
de cálcio nos oceanos está ligada à regulação
do clima global e ao ciclo do carbono. Alterações
nesse processo podem afetar o equilíbrio climático
do planeta. Assim, embora pareça inofensivo, o glitter pode
ser um poluidor químico silencioso, com consequências
profundas para os ecossistemas marinhos e o meio ambiente como um
todo.
Da Redação,
com informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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