Brasília (15/07/08)
- Em coletiva de imprensa hoje à tarde, o ministro
de Meio Ambiente, Carlos Minc, e o diretor de Proteção
Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, anunciaram
os resultados das operações de fiscalização
contra o desmatamento da Amazônia neste primeiro
semestre. O Ibama aplicou 2.512 multas no valor total
de R$ 499.372.250,07. Foram embargadas 641 áreas
desmatadas, num total de 1041 km², equivalentes a
mais de mil campos de futebol, e fiscalizou 319 empresas
madeireiras.
Quase 30% dessas empresas
foram paralisadas pelos fiscais por irregularidades ambientais.
Foram apreendidos, no campo e nas empresas, 125.883,48
metros cúbicos de madeira em tora e serrada extraídos,
transportados e comercializados ilegalmente. Essa quantidade,
em média, daria para encher mais de 5.721 mil caminhões
que, enfileirados, iriam da cidade de São Paulo
ao litoral de Santos. Também foram retidos 341
veículos utilizados na prática do crime
ambiental, entre barcos, caminhões e tratores.
Ao comentar o total da
áreas desmatada apontado pelo alerta do sistema
Deter, do Inpe, no mês de maio - 1096 km² -,
em comparação com 1123 km² em abril,
Carlos Minc, creditou a diminuição da taxa
às ações de fiscalização.
“Se numa área observada livre de cobertura de nuvens
correspondente a 54% da Amazônia tivemos queda,
é sinal que as medidas de repressão estão
surtindo efeito”, disse Minc.”A leve queda não
é motivo de júbilo. Mas estamos conscientes,
trabalhando duramente em várias linhas - a da repressão
e a dos acordos com os setores produtivos”, observou.
Floresta em pé
- Ao apresentar o balanço das ações
da fiscalização do Ibama no primeiro semestre
deste ano, Flávio Montiel recordou que, nos últimos
três anos, ações de combate às
derrubadas resultaram na aplicação de R$
4,5 bilhões em multas e evitaram que 19.340 km²
fossem desmatados. “Se levarmos em conta que apenas uma
motosserra pode desmatar 2 hectares e meio por dia, as
operações de fiscalização
já evitaram, neste ano, o desmatamento de 2.000
km² da Amazônia”, revela. E cita como exemplo
a Operação Pauini, deflagrada em Boca do
Acre, sul do amazonas. A ação apreendeu
mil correntes de motosserras e 13 mil litros de combustível.
O dano evitado à floresta foi calculado em 5 mil
hectares.
O balanço teve
como base os relatórios enviados pelas 68 bases
da operações Guardiões da Amazônia,
do Ibama, e 8 da Arco de Fogo, da PF. Os números
revelam o trabalho dos fiscais do Instituto em oito estados
da Amazônia e em quatro principais pólos
consumidores da madeira explorada ilegalmente da floresta.
Setenta por cento das multas, que perfazem um total de
R$ 322.567.678,00, foram lavradas pelos agentes do Ibama
nos três estados campeões das derrubadas:
Mato Grosso, Pará e Rondônia. O Mato Grosso
lidera o ranking das áreas embargadas (226), num
total de mais de 36.627 hectares. No Pará foi interditado
o maior número de serrarias (60) e apreendida mais
da metade da quantidade total de madeira (70.655 mil m³).
A meta do Ibama para os
próximos meses é por em operação
mais 45 operações de fiscalização
na Amazônia, principalmente em regiões de
entorno de unidade de conservação. Serão
mobilizados 527 agentes do Ibama, além de 645 servidores
de instituições parceiras, como o Exército
Brasileiro, Polícia Federal e Rodoviária
Federal, Força Nacional de Segurança e Polícias
Militares. Luciano Evaristo, coordenador-geral de fiscalização
ambiental do Ibama, avalia positivamente os resultados
obtidos até agora. “São reflexo das medidas
enérgicas contra ilícitos ambientais e do
cumprimento da legislação em vigor”. E avisa
que o ritmo das ações se tornará
mais intenso a partir deste segundo semestre.
Kezia Macedo
Ascom Fiscalização Ibama
Fotos: Kezia Macedo e Dicof/GO
+ Mais
Ibama apreende dois tratores
de esteira e aplica multas em desmatamentos ilegais no
Bico do Papagaio, em Tocantins
Brasília (15/07/2008)
- Fiscais do Ibama no Tocantins apreenderam dois tratores
de esteira utilizados em desmatamentos ilegais durante
a operação Bico do Papagaio II, que combateu
crimes ambientais nos municípios de Aguiarnópolis,
Ananas, Cachoeirinha, Darcinópolis, Nazaré,
São Bento do Tocantins e Tocantinópolis,
no norte do estado.
Durante os 14 dias de
operação, os servidores vistoriaram 35 polígonos
detectados por sensoriamento remoto. Foram analisadas
seqüências temporais de imagens CBERS e Landsat
de cinco anos pela equipe que trabalha com Geoprocessamento
na Superintendência do Ibama no Tocantins, que resultaram
no detalhamento dos 35 polígonos fiscalizados.
Com as vistorias em campo,
a equipe lavrou dez autos de infração, com
multas no valor de R$ 113 mil e embargou atividades em
248 hectares desmatados ilegalmente, além de apreender
os dois tratores em flagrante. A região é
conhecida como Bico do Papagaio devido ao formato no mapa
do encontro dos rios Tocantins e Araguaia, na divisa entre
Tocantins, Maranhão e Pará, e é famosa
pelos conflitos sócio-ambientais.
Christian Dietrich
Ascom/Ibama