Justiça
proíbe visita a parque na Jureia
Mosaico está em discussão
A
região da Reserva Ecológica Jureia-Itatins,
localizada no litoral sul de São Paulo, que entre
outros abriga o Parque do Itinguçu, atualmente é
alvo de um impasse judicial.
A
estação ecológica foi criada em 1986,
para promover a preservação da área.
Esta categoria de unidade de conservação é
mais restritiva e proíbe a visitação,
construção de imóveis e exploração
dos recursos naturais.
Em
2006, foi criado um mosaico de unidades de conservação
(UCs) na região, incluindo o Parque do Itinguçu,
que visava reduzir as restrições impostas
na categoria ‘Estação Ecológica’
que é de proteção integral e permitiu
sua ocupação inclusive por moradias.
Divulgação |
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Estação
Ecológica Jureia-Itatins. |
Mesmo
com a tentativa contrária do governo, que tentou
recorrer com uma série de recursos, foi aprovada
pela Justiça de Peruíbe, por unanimidade,
uma liminar que derrubou a lei estadual que previa o mosaico
de unidades de conservação na área,
proibindo de vez a visitação ao Parque do
Itinguçu.
Numa
tentativa de cumprir a medida, a Fundação
Florestal, órgão do governo estadual e São
Paulo, diz que publicará uma portaria limitando as
visitas dos turistas. A entrada passará a ser controlada
nessa área da Jureia. Monitores acompanharão
os grupos com, no máximo, 30 pessoas por vez. Os
visitantes também terão de assistir a um vídeo
de educação ambiental e todas as pessoas precisarão
de uma senha para tomar banho na Cachoeira do Paraíso.
Só esta queda d’água recebe 40 mil visitantes
por ano.
Reprodução/Instituto
Florestal |
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Estação
Ecológica Jureia-Itatins. |
Caso
o Judiciário considere a portaria insuficiente, o
governo pode receber multas diárias de R$ 79.250.
Segundo o diretor executivo da Fundação Florestal,
José Wagner Neto, “É uma situação
de transição, porque, com a recriação
do mosaico da Jureia, estamos num processo de ordenamento
da visitação. A alternativa seria fechar e
já impedir a visitação, mas o problema
é que isso geraria consequências muito graves
para Peruíbe." Muitos veranistas hospedados
na cidade têm na Jureia sua principal atração.
Os
moradores da região protestaram contra a proibição
do turismo, e fecharam uma estrada que dá acesso
à Jureia por temerem perder a renda gerada com a
atividade e reivindicaram também o adiantamento das
audiências públicas marcadas para 19 e 20 janeiro
para discutir a recriação do mosaico. Desta
vez, a lei deverá ser de autoria do governador José
Serra, o que evitaria problemas legais
Entraves judiciários
- Anos 1970: início
da especulação imobiliária na região.
-
Após a desistência do governo federal de implantar
usinas nucleares na região e sob pressão de
ambientalistas foi criada a Estação Ecológica
Jureia-Itatins através do Decreto Estadual nº
24.646, de 20 de fevereiro de 1986. Ficando proibido o acesso
de qualquer cidadão que não fosse pesquisador
ou cientista.
-
Anos 90: Mesmo com a proibição, a região
é explorada pelo turismo. E é aprovado pelos
morados, que têm na atividade uma nova fonte de renda.
O poder público não se opõe e oferta
os serviços essenciais
-
2004: Após deferimento da ação civil
pública é proibida a visitação
no Parque de Itinguçu, na Jureia-Itatins. O governo
contesta e recorre.
-
Dezembro de 2006: é aprovada a Lei 12.406 de 12 de
dezembro de 2006, que institui o Mosaico de Unidades de
Conservação da Jureia-Itatins, permitindo,
inclusive sua ocupação por moradia.
-
Junho de 2009: Após decisão do Tribunal de
Justiça a Jureia volta a ser uma Estação
Ecológica, devido à derrubada da lei anterior
que institui a criação de um mosaico de unidades
de conservação.
-
22 de dezembro: A lei que criava o Mosaico foi anulada por
ação da Procuradoria Geral de Justiça
do Estado.
A
Jureia-Itatins foi destaque no segundo Café Ambiental
realizado na SMA-SP com o secretário Xico Graziano,
durante a reunião organizações não-governamentais,
entre elas o Pick-upau, discutiram as novas propostas para
a região e que deverá ser feito nos próximos
meses. Veja a matéria completa.
Leia
mais
- Organizações
ambientalistas discutem sobre Jureia-Itatins com SMA-SP
Sobre
o Pick-upau
O Pick-upau é uma organização não-governamental
sem fins lucrativos de caráter ambientalista 100%
brasileira dedicada a preservação e a manutenção
da biodiversidade do planeta. Fundada em 1999, por três
ex-integrantes do Greenpeace-Brasil e originalmente criada
no Cerrado brasileiro, tem sua base, próxima a uma
das últimas e mais importantes reservas de mata atlântica
da cidade São Paulo, a maior metrópole da
América Latina. Por tratar-se de uma organização
sobre Meio Ambiente, sem uma bandeira única, o Pick-upau
possui e desenvolve projetos em diversas áreas ambientais.
Saiba mais: www.pick-upau.org.br
Da Redação