20/08/2021 – Uma nova análise
do Climate Action Tracker indica que mesmo com as atitudes das
nações mais ricas, os esforços só
conseguirão reduzir a temperatura média do planeta
em 0,2°C neste século. O planeta deve aquecer 2,4°C
até 2.100, bem além do que a meta de 1,5°C,
acertada no Acordo de Paris, em 2016.
O relatório diz que a
meta de 1,5°C é inviável para evitarmos uma
tragédia climática, mas que ainda sim isso requer
ações dos países mais ricos e desenvolvidos.
"Nossa análise mostra que, enquanto o progresso está
sendo feito, a lacuna de emissões em 2030 diminuiu apenas
de 11% a 14%”, diz o grupo Climate Action Tracker.
"Ainda há muito trabalho
a ser feito até o momento da COP em Glasgow para manter
aberta a janela para limitar o aquecimento a 1,5°C”,
afirma o grupo. Se não houver outras ações
desses governos o aquecimento global pode atingir 2,9°C neste
século e isso seria muito perigoso.
"Nosso cenário de
metas mais otimistas para o aquecimento global até 2100
pode ser tão baixo quanto 2°C, o que é uma ligeira
queda em comparação com nossa análise de
dezembro de 2020”, diz o relatório.
"Embora estejamos na direção
certa, mesmo sob as premissas de metas mais otimistas, ainda estamos
longe do limite de 1,5°C. O fato de o aquecimento global atual
estar agora 1,2°C acima dos níveis pré-industriais
só serve para reforçar a urgência”,
descreve o relatório do Climate Action Tracker.
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Os pesquisadores
apelam aos governos que ajam rapidamente.
Foto: Pixabay/Reprodução |
"Além disso, os governos
ainda precisam adotar políticas suficientes para realmente
cumprir as metas que estabeleceram. Em setembro de 2020, estimamos
que as políticas atualmente implementadas, incluindo o
efeito da pandemia, levarão a um aumento de temperatura
de 2,9°C até o final de o século", afirma
o grupo.
Os pesquisadores apelam aos governos
que ajam rapidamente. "Essa lacuna de emissões precisa
ser eliminada. Os países que não melhoraram suas
metas precisam repensar: Austrália, México, Brasil,
Rússia, Indonésia, Turquia e Arábia Saudita."
A pesquisa mostrou que a humanidade
está usando o dobro dos recursos do planeta e isso está
potencializando a desigualdade. Os países ricos consomem
mais recursos e dispõe de mais dinheiro para comprar cada
vez mais em outros locais. E um número cada vez maior de
pessoas vivendo com rendas ainda menores, a beira da pobreza e
da miséria. “Os países na faixa de renda por
pessoa mais alta também estão entre os países
com as maiores necessidades de recursos por pessoa, muitas vezes
muito além do que pode ser replicado em todo o mundo”,
dizem os pesquisadores.
“Se todas as pessoas na
Terra adotassem a demanda material média dos residentes
em Dubai, Suíça, Hong Kong ou Cingapura, seria necessária
a biocapacidade de 3,7 planetas Terra, respectivamente. Em um
mundo sustentável, a meta razoável de uma perspectiva
de estabilidade ecológica pode ser usar não mais
do que metade da capacidade do planeta."
Os pesquisadores lembram que
em 1980 a humanidade usava cerca de 119% da capacidade de recursos
do planeta.
Da Redação
Fotos: Pixabay/Reprodução