26/12/2024
– A União Europeia estabeleceu uma
ambiciosa meta de proteger 30% de suas áreas
marinhas até 2030, com 10% dessas áreas
sendo estritamente protegidas contra atividades
industriais como mineração, dragagem
e pesca de arrasto. No entanto, um estudo recente,
publicado no periódico One Earth, aponta
que essa meta está distante de ser alcançada
devido à ineficácia das áreas
marinhas protegidas (AMPs) existentes.
Em 2022,
as AMPs cobriam 11,4% das águas nacionais
da União Europeia, o que equivale a aproximadamente
610.078 km². Contudo, apenas 1,5% dessas áreas
receberam proteção total ou alta,
enquanto 85,7% estavam sob regimes de proteção
mínima ou inadequados para a conservação
da biodiversidade. A pesquisadora Juliette Aminian-Biquet,
da Universidade do Algarve, autora principal do
estudo, comentou que a pesquisa representa a primeira
avaliação do progresso da União
Europeia no que diz respeito à proteção
de seus oceanos, revelando que o bloco está
apenas no início de seu esforço para
proteger as águas marinhas.
O estudo
também revelou diferenças significativas
entre os países da União Europeia.
A Alemanha se destacou com a maior cobertura de
AMPs, protegendo 45,3% de suas águas, seguida
pela França (38,9%) e Bélgica (37,9%).
Em contrapartida, países como Irlanda, Portugal,
Grécia e Eslovênia apresentaram as
menores porcentagens de áreas protegidas,
com a Irlanda protegendo apenas 2,4% de suas águas.
Quando
o estudo foi expandido para analisar as principais
regiões marítimas, os maiores índices
de proteção foram observados no Mar
Báltico e no Mar Mediterrâneo, com
3% e 1,9%, respectivamente, de suas áreas
sendo altamente protegidas. Já o Atlântico
Nordeste e o Mar Negro apresentaram números
muito mais baixos, com 1% e nenhuma proteção
forte, respectivamente.
Os pesquisadores
destacaram que a razão principal para a baixa
efetividade das AMPs é a flexibilidade das
diretrizes da União Europeia, que não
são suficientemente rígidas para garantir
uma proteção eficaz. A pesquisadora
Aminian-Biquet observou que é difícil
implementar mudanças significativas, pois
qualquer regulamentação que estabeleça
normas mais rigorosas precisaria ser juridicamente
vinculativa. Isso significa que será responsabilidade
de cada estado-membro ou autoridade regional tomar
as medidas necessárias para alcançar
as metas estabelecidas para 2030.
Com a
falha em cumprir os requisitos de proteção
eficaz, o estudo sublinha que as atuais áreas
marinhas protegidas da União Europeia não
estão conseguindo cumprir seu papel de conservação,
o que coloca em risco a biodiversidade marinha e
o cumprimento das metas para a proteção
dos mares até 2030.
Da Redação,
com informações de agências
de notícias
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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