O aquecimento dos oceanos e seus efeitos nas cadeias alimentares marinhas da Nova Zelândia

A elevação das temperaturas oceânicas está alterando os ecossistemas marinhos, com impactos graves para a pesca e a biodiversidade na região

 
 

22/01/2025 – As temperaturas do oceano continuam a subir, e os efeitos dessas mudanças estão se tornando cada vez mais evidentes. Em fevereiro deste ano, as medições de satélite indicaram que as temperaturas médias da superfície do mar atingiram os valores mais altos dos últimos 45 anos, com um aumento continuado em maio. Na Nova Zelândia, as águas oceânicas e costeiras também estão registrando temperaturas recordes, com os dados de 2022 a 2023 mostrando os níveis mais altos desde o início das medições, em 1982, conforme indicam fontes do Stats NZ.

Esse aquecimento das águas não só ameaça ecossistemas sensíveis, como os recifes de corais — a Grande Barreira de Corais, por exemplo, está vivendo uma das fases mais quentes dos últimos 400 anos — mas também está afetando os ecossistemas fundamentais na base das cadeias alimentares marinhas. As microalgas, que desempenham um papel essencial como produtores primários, estão começando a mostrar sinais de declínio. Elas são vitais para a fotossíntese, atuando como um importante sumidouro de carbono e sendo a principal fonte de alimento para muitos organismos marinhos. A cada dia, as microalgas absorvem grandes quantidades de dióxido de carbono, contribuindo para o ciclo de carbono oceânico.

No entanto, pesquisadores têm notado que a produção de fitoplâncton está diminuindo, resultando em um aumento nos chamados "desertos oceânicos" e na proliferação de algas nocivas, em vez das microalgas benéficas. Esses problemas podem se agravar ainda mais, já que, com o aumento das temperaturas, a composição das microalgas tende a mudar de maneira significativa, o que afeta a resiliência dos ecossistemas marinhos. Cientistas já alertam para uma possível "mudança de regime", como ocorreu no Pacífico Norte em 1977 e 1989, alterando profundamente as pescarias locais.

A situação está particularmente preocupante nas águas da Nova Zelândia, onde a queda na biomassa de microalgas está diretamente ligada a eventos como o colapso da cadeia alimentar e ao surgimento de doenças em espécies marinhas, como foi o caso da "síndrome da carne leitosa" em pargos do Golfo de Hauraki.

Reprodução/Pixabay

 



Além disso, as florações de algas nocivas estão se tornando mais frequentes. Essas florações liberam toxinas que se acumulam em moluscos, podendo ser prejudiciais à saúde humana e animal. O impacto das florações de algas nocivas na economia global é considerável, somando mais de US$ 8 bilhões por ano, com mais de US$ 4 bilhões relacionados a danos à saúde pública. Na Nova Zelândia, o aumento da proliferação de algas tóxicas durante 2023/24 levou ao fechamento de diversas áreas de captura de moluscos devido à presença de biotoxinas.

Os impactos dessas mudanças não se limitam apenas à saúde dos ecossistemas, mas também afetam diretamente os setores de pesca e aquicultura, que representam um valor significativo para a economia local, estimado em quase NZ$ 4 bilhões. A redução da biomassa de microalgas e a proliferação de algas tóxicas já estão provocando perdas econômicas devido à diminuição da qualidade nutricional das espécies que sustentam essas indústrias.

Ainda que a conexão entre as mudanças climáticas e a proliferação de algas tóxicas não esteja completamente compreendida, casos como a proliferação no Porto de Wellington, em 1998, que resultou na morte massiva de organismos marinhos, indicam que os danos ecológicos podem ser profundos.

Entender as mudanças nas comunidades de microalgas e como elas interagem com diferentes cenários climáticos é crucial para mitigar os impactos das alterações nos ecossistemas oceânicos. Ao aprofundar o conhecimento sobre esses processos, será possível desenvolver estratégias de gestão para proteger tanto a saúde pública quanto as indústrias baseadas no oceano. Prever e monitorar onde e quando as florações de algas nocivas podem ocorrer ajudará a reduzir os riscos para a economia pesqueira e permitirá esforços mais eficazes de restauração ecológica.

O aumento das temperaturas oceânicas é um desafio urgente que exige uma resposta rápida e informada para evitar danos irreversíveis nos ecossistemas marinhos e nas indústrias que deles dependem.

Da Redação, com informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência Artificial

 

 

   
 
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