28/01/2025
– Pesquisas recentes trouxeram uma nova perspectiva
sobre o papel da chuva no ciclo global de carbono.
Estima-se que a precipitação intensifique
a capacidade dos oceanos de absorver dióxido
de carbono (CO2) em 5% a 7% por ano, adicionando
cerca de 140 a 190 milhões de toneladas métricas
de carbono aos mares. Até agora, o impacto
da chuva havia sido negligenciado nos cálculos
do orçamento de carbono global, mas os novos
dados apontam sua importância.
David
Ho, oceanógrafo da Universidade do Havaí
em Manoa, vem explorando o tema desde os anos 1990,
quando realizou experimentos simples com piscinas
e traçadores químicos. Seu trabalho
recente, liderado por Laetitia Parc durante seu
doutorado na Sorbonne Université, fornece
a primeira estimativa global abrangente desse efeito.
Os pesquisadores
identificaram três mecanismos pelos quais
a chuva aumenta a absorção de carbono:
a turbulência gerada ao atingir a superfície
do oceano, que aumenta o contato entre a água
e a atmosfera; a diluição da água
do mar pelas gotas, facilitando a entrada de CO2;
e a deposição úmida, na qual
as gotas de chuva capturam carbono enquanto caem
pela atmosfera e o transferem diretamente para o
oceano.
Os efeitos
variam entre regiões, sendo mais fortes nos
trópicos, onde chuvas intensas e ventos fracos
predominam. No entanto, os cientistas ficaram surpresos
ao descobrir que o impacto também é
relevante em latitudes mais altas, como o Oceano
Antártico.
A pesquisa utilizou um modelo inovador desenvolvido
pelo cientista Hugo Bellenger, do Centro Nacional
Francês de Pesquisa Científica, que
rastreia as alterações de salinidade
causadas pela chuva na superfície do oceano.
Este modelo possibilitou mapear com precisão
onde os efeitos da precipitação são
mais significativos.
Conforme
apontado por Tatiana Ilyina, especialista em ciclos
de carbono da Universität Hamburg, os resultados
destacam um processo que, até agora, não
era considerado em estimativas globais. Com as mudanças
climáticas intensificando as precipitações,
o impacto da chuva na absorção de
carbono tende a crescer, representando um feedback
importante entre o clima e os oceanos.
Além
de aprimorar os modelos de previsão climática,
os achados sublinham a necessidade de integrar padrões
de chuva nas análises do orçamento
global de carbono. Este avanço na compreensão
dos processos oceânicos reforça o papel
essencial dos mares na regulação do
clima global.
Da Redação,
com informações de Agências
Internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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