17/02/2025
– O derretimento acelerado do gelo marinho
no Ártico está gerando preocupações
sobre seu impacto na circulação oceânica
global, segundo pesquisa publicada na Nature Communications.
A investigação, liderada por Mohamed
Ezat, do iC3 Polar Research Hub, sugere que fluxos
de água doce oriundos do degelo alteraram
significativamente o transporte de calor nos mares
nórdicos no passado, resultando em mudanças
climáticas marcantes, como o resfriamento
severo na Europa do Norte.
Durante
o Último Período Interglacial, há
mais de 100 mil anos, as temperaturas globais eram
mais elevadas, os volumes de gelo, menores, e o
nível do mar, mais alto do que os registrados
atualmente. Ezat e sua equipe associaram o aumento
do derretimento do gelo marinho à redução
da salinidade e da densidade da água nos
mares nórdicos, o que interferiu nas correntes
oceânicas e na distribuição
de calor pelo planeta.
Os mares
nórdicos, entre a Groenlândia e a Noruega,
desempenham papel crucial na redistribuição
de calor do oceano, influenciando padrões
climáticos globais. O estudo revela que alterações
na circulação dessas correntes podem
desencadear impactos climáticos profundos
e irreversíveis, especialmente à medida
que se projeta um Ártico sem gelo durante
os verões a partir de 2050.
Os pesquisadores
analisaram núcleos de sedimentos retirados
do fundo do mar, que preservam registros detalhados
das condições oceânicas de épocas
passadas. Por meio de traçadores geoquímicos
e proxies biológicos, reconstruíram
as temperaturas da superfície do mar, níveis
de salinidade e fontes de entrada de água
doce. Essa abordagem permitiu identificar os mecanismos
de feedback que moldaram o clima durante o Último
Período Interglacial, fornecendo um modelo
para prever os possíveis impactos das mudanças
climáticas atuais.
A pesquisa
ressalta que o clima terrestre é sensível
a mudanças na cobertura de gelo e nas temperaturas.
Embora o estudo tenha esclarecido aspectos importantes
da dinâmica climática do passado, Ezat
aponta que ainda há questões sem resposta
sobre os processos que desencadearam o resfriamento
nos mares nórdicos naquela época.
As descobertas
fornecem uma base valiosa para modeladores climáticos
analisarem como a perda de gelo no Ártico
pode influenciar o clima regional e global. À
medida que os efeitos das mudanças climáticas
se tornam mais evidentes, entender os mecanismos
que regulam a circulação oceânica
será essencial para prever e mitigar seus
impactos.
O estudo
reforça a importância de ações
globais urgentes para limitar o aquecimento climático
e preservar o equilíbrio delicado que sustenta
os sistemas climáticos do planeta.
Da Redação,
com informações de Agências
Internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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