06/03/2025
– A Terra está cada vez mais próxima
de ultrapassar um novo limite planetário,
desta vez relacionado à acidificação
dos oceanos. Segundo o relatório Planetary
Health Check (PHC), elaborado pelo Instituto Potsdam
para Pesquisa de Impacto Climático (PIK)
e pela iniciativa Planetary Boundaries Science (PBScience),
essa transgressão marcará o sétimo
limite planetário superado pela humanidade.
Os limites
planetários definem zonas de segurança
dentro das quais a humanidade pode operar sem comprometer
as funções essenciais que sustentam
a vida na Terra. Quando ultrapassados, os riscos
de mudanças irreversíveis no equilíbrio
planetário aumentam exponencialmente.
Atualmente,
seis limites já foram violados: mudanças
climáticas, integridade da biosfera, mudanças
no uso do solo, alterações no ciclo
da água doce, fluxos biogeoquímicos
(como os ciclos de nutrientes) e a introdução
de novas entidades, como microplásticos e
poluentes químicos. A acidificação
dos oceanos está prestes a se juntar a essa
lista.
Esse
fenômeno é provocado pela absorção
de dióxido de carbono (CO2) atmosférico
pelas águas marinhas, resultando em uma redução
do pH e na diminuição da saturação
de aragonita, um mineral essencial para a formação
de conchas e esqueletos de organismos marinhos.
Essa alteração ameaça ecossistemas
marinhos inteiros e a capacidade dos oceanos de
atuarem como sumidouros de carbono.
De
acordo com o PHC, o limite seguro de saturação
de aragonita foi estabelecido em 2,75, com base
nos níveis pré-industriais de 3,44.
Atualmente, o nível global está em
2,80, o que coloca o planeta perigosamente próximo
de uma zona de risco.
A oceanógrafa
Helen Findlay, do Laboratório Marinho de
Plymouth, destacou que as médias globais
podem mascarar os impactos regionais, especialmente
em áreas polares, que têm maior influência
sobre os ciclos climáticos globais. Para
ela, “não estamos mais em um lugar
seguro”.
O cientista
Levke Caesar, colíder da PBScience, observou
que, embora a ultrapassagem do limite não
represente uma mudança imediata e catastrófica,
os impactos sobre a vida marinha e a teia alimentar
oceânica se tornarão progressivamente
mais severos. Ele ressaltou que os limites planetários
transgredidos estão avançando ainda
mais profundamente na “zona vermelha”.
Além
disso, o diretor do PIK, Johan Rockström, enfatizou
a necessidade de uma governança planetária
integrada, que envolva todos os setores da economia
e da sociedade, para evitar consequências
incontroláveis. “A administração
do planeta é indispensável para garantir
segurança, prosperidade e equidade”,
declarou.
O relatório
PHC reforça que as ações humanas
têm impactos em escala planetária,
e que a manutenção da estabilidade
da Terra depende de esforços globais coordenados.
O cientista Boris Sakschewski, outro autor do relatório,
apontou que os indicadores de saúde planetária
estão se movendo rapidamente para a zona
de alto risco. Ele destacou a importância
de proteger todos os processos planetários
interconectados para evitar o colapso do sistema
como um todo.
“Precisamos
urgentemente retornar a um espaço operacional
seguro”, concluiu Sakschewski, indicando que
a compreensão mais profunda das interações
no sistema da Terra será essencial para orientar
ações eficazes contra os impactos
da humanidade.
A transgressão iminente do sétimo
limite planetário não é apenas
um alerta para os oceanos, mas para a sobrevivência
de toda a vida na Terra.
Da Redação,
com informações de agências
de notícias
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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