14/03/2025
– Os oceanos enfrentam uma crise sem precedentes,
com recifes de corais sofrendo branqueamento recorde
e espécies desaparecendo em um ritmo alarmante.
Esses problemas críticos foram destaque na
16ª Conferência das Nações
Unidas para a Biodiversidade (COP16), que acontece
em Cali, Colômbia. Líderes globais
se reúnem para traçar estratégias
de conservação marinha e buscar soluções
para os desafios que ameaçam os ecossistemas
oceânicos.
Entre
os temas discutidos, destaca-se a necessidade de
expandir e fortalecer as Áreas Marinhas Protegidas
(AMPs), que muitas vezes existem apenas no papel
e carecem de fiscalização efetiva
para coibir práticas destrutivas, como pesca
de arrasto e exploração de combustíveis
fósseis. Ambientalistas pedem que as nações
ampliem essas áreas, garantindo conectividade
ecológica e monitoramento eficaz. Também
foi solicitado apoio financeiro a países
com menos recursos para implementar e gerir AMPs
de maneira eficiente.
Sue Lieberman,
vice-presidente da Wildlife Conservation Society,
destacou que, embora a biodiversidade marinha tenha
recebido atenção na COP16, as ações
propostas ainda estão aquém do necessário
para proteger os ecossistemas oceânicos.
Os
recifes de corais, que abrigam um quarto da vida
marinha e desempenham papel essencial no equilíbrio
ecológico, estão sob ameaça
devido ao estresse térmico. Desde fevereiro
de 2023, 77% dos recifes no mundo sofrem branqueamento
em massa, um recorde histórico, segundo a
Administração Nacional Oceânica
e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos.
Esse fenômeno, provocado pelo aquecimento
e acidificação das águas, força
os corais a expulsarem as algas simbióticas
de seus tecidos, prejudicando sua sobrevivência.
Embora
o acordo de 2022 tenha estabelecido metas para conservação,
ele apresenta lacunas importantes em relação
à gestão específica dos recifes.
De acordo com a International Coral Reef Initiative
(ICRI), as 16 metas que beneficiam indiretamente
os recifes ainda carecem de diretrizes claras para
garantir a resiliência desses ecossistemas.
Além disso, o financiamento para proteger
os recifes ainda é insuficiente para cobrir
as necessidades reais de conservação.
O professor
Ronaldo Christofoletti, do Grupo Assessor de Comunicação
para a Década do Oceano da Unesco, enfatizou
a importância de colocar os oceanos no centro
das discussões globais, considerando que
eles representam 70% do planeta. Segundo ele, iniciativas
como o aumento da relevância dos manguezais,
que têm demonstrado grande capacidade de armazenamento
de carbono e benefícios ecológicos,
refletem avanços nas discussões.
Apesar
disso, ele alertou que os conflitos sobre limites
de pesca e regulamentações ainda precisam
ser resolvidos, ressaltando a necessidade de ações
concretas para alcançar os objetivos globais.
A COP16
surge como uma oportunidade crucial para a comunidade
internacional intensificar os esforços de
proteção e recuperação
dos oceanos. Sem ações concretas,
os impactos da crise climática nos ecossistemas
marinhos continuarão a se intensificar, comprometendo
não apenas a biodiversidade, mas também
o equilíbrio ambiental do planeta.
Da Redação,
com informações de agências
internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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