02/04/2025
– Pesquisadores fizeram uma descoberta que
pode alterar as abordagens de proteção
a espécies de baleias ameaçadas de
extinção. Usando novos métodos
de análise, eles determinaram que as baleias-francas-austrais,
uma das espécies mais ameaçadas, podem
viver até o dobro do tempo do que se acreditava
anteriormente. A pesquisa, publicada na revista
Science Advances e resumida pela Smithsonian Mag,
coloca as baleias-francas-austrais como o segundo
mamífero com maior expectativa de vida conhecida,
ficando atrás apenas da baleia-da-groenlândia.
Esses achados e os métodos inovadores utilizados
podem fornecer uma base importante para os esforços
de conservação no futuro.
A inovação
desta pesquisa está na nova abordagem para
estimar o tempo médio de vida de uma espécie.
Métodos anteriores, como a análise
da cera do ouvido, que se acumula anualmente como
os anéis de uma árvore, exigiam que
as baleias estivessem mortas para que a datação
fosse possível. Como a caça comercial
de baleias foi intensa nos séculos XIX e
XX, muitos dos animais mais velhos e grandes provavelmente
não foram incluídos nas análises.
Assim, as estimativas de longevidade atuais podem
estar distorcidas, já que há uma super-representação
de baleias mais jovens, como a equipe descreve no
artigo.
No
estudo mais recente, os pesquisadores adotaram táticas
inovadoras. Usando fotos de baleias-francas tiradas
na década de 1970, eles identificaram fêmeas
com base em suas características físicas
e anotaram quando essas baleias desapareceram das
imagens, presumivelmente por terem morrido. Essas
informações foram então integradas
a modelos estatísticos semelhantes aos utilizados
por companhias de seguros de vida para calcular
a expectativa de vida humana.
Os resultados
indicam que as baleias-francas-austrais possuem
uma expectativa de vida mediana de cerca de 73 anos,
com até 10% delas podendo viver até
131 anos — e algumas podendo alcançar
quase 150 anos. Esse achado é bem superior
às estimativas anteriores, que indicavam
uma expectativa máxima de vida entre 70 e
80 anos. A descoberta altera o entendimento sobre
as práticas de proteção a espécies
ameaçadas, pois sugere uma longevidade bem
maior do que se imaginava.
Os métodos
empregados no estudo são considerados “bastante
impressionantes” por C. Scott Baker, ecologista
da Oregon State University, que não participou
da pesquisa. Os pesquisadores utilizaram as mesmas
técnicas para estimar a expectativa de vida
das baleias-francas-do-norte, uma espécie
criticamente ameaçada, com apenas 372 indivíduos
restantes. O estudo concluiu que essa espécie
tem uma expectativa de vida mediana de apenas 22
anos, com os 10% mais longevos vivendo mais de 47
anos.
A grande
diferença na expectativa de vida entre as
espécies de baleias-francas pode ser explicada
pela maior vulnerabilidade das baleias-francas-do-norte,
que habitam águas costeiras do Atlântico
próximas ao Canadá e aos Estados Unidos,
uma região de intensa atividade comercial.
Isso torna mais evidente a disparidade nos níveis
de ameaça entre as espécies, com uma
maior urgência em proteger aquelas com menor
número de indivíduos e expectativa
de vida. De maneira geral, os resultados reforçam
a ideia de que as baleias ainda estão se
recuperando dos impactos causados pela caça
comercial.
Da Redação,
com informações de agências
de notícias
Fotos: Reprodução/Pixabay
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
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