16/05/2025
– Em um documento coordenado pela Plataforma
Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
(BPBES) e pela Cátedra Unesco para a Sustentabilidade
do Oceano, pesquisadores alertam sobre a importância
econômica da preservação dos
oceanos. As atividades econômicas em regiões
marinhas e costeiras representam 20% do PIB nacional,
abrangendo setores como pesca, aquicultura, turismo
e navegação. No entanto, é
essencial que o poder público e a sociedade
civil atuem contra a degradação desses
ambientes e promovam a cultura oceânica, destacando
sua importância em escolas e meios de comunicação.
O "1º
Diagnóstico Brasileiro Marinho-Costeiro sobre
Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos"
revela que as alterações nas zonas
marinha-costeira são diversas e complexas,
sendo influenciadas por políticas públicas
e atividades humanas. As principais causas da perda
de biodiversidade marinha no Brasil incluem a ocupação
desordenada, o dano a áreas naturais como
manguezais e restingas, poluição por
plásticos e produtos industriais, esgotos
e fertilizantes agrícolas, sobre-exploração
da pesca, introdução de espécies
exóticas invasoras e mudanças climáticas.
O
relatório destaca a relação
entre oceano e clima, apontando que, enquanto o
oceano e a zona costeira ajudam a mitigar as mudanças
climáticas ao sequestrar carbono e atenuar
eventos extremos, as alterações climáticas
também afetam esses ambientes. O aumento
do nível do mar, ressacas mais fortes, acidificação
e elevação da temperatura da água
impactam negativamente a biodiversidade, os serviços
ecossistêmicos e o bem-estar humano.
O documento
enfatiza a importância do envolvimento corporativo
para reverter o cenário de degradação
marinha. Alexander Turra, um dos coordenadores do
diagnóstico, aponta que muitos empresários
brasileiros veem o oceano de forma limitada, principalmente
como fonte de recursos, e enxergam a conservação
como um obstáculo ao desenvolvimento. A pesquisa
destaca a Amazônia Azul, a vasta área
marinha brasileira de 5,7 milhões de km²,
que equivale a dois terços do território
continental e abriga uma rica biodiversidade em
diversos habitats.
O estudo
destaca ainda a importância de integrar diferentes
saberes, afirmando que um oceano sustentável
depende tanto do conhecimento científico
quanto dos saberes tradicionais. Beatrice Padovani,
professora de Oceanografia da UFPE e coordenadora
do diagnóstico, alerta que, em meio à
crise ambiental, é crucial reaprender o respeito
à natureza com os povos indígenas
e comunidades tradicionais, que, por estarem diretamente
afetados pela degradação ambiental,
fazem parte da solução.
Da Redação,
com informações de agências
de notícias
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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