26/05/2025
– Pesquisas sobre os impactos das mudanças
climáticas na vida marinha, como o aumento
da temperatura da superfície do mar e a acidificação
dos oceanos, têm sido realizadas há
anos, mas novas descobertas estão detalhando
ainda mais esses efeitos, tanto atuais quanto futuros.
Cientistas criaram um método que leva em
conta integralmente as consequências do aquecimento
dos oceanos e da acidificação sobre
peixes e invertebrados, sem ignorar impactos secundários,
como alterações nos hábitos
alimentares de diferentes espécies.
Katharina
Alter, do Royal Netherlands Institute for Sea Research
(NIOZ), explicou que, para entender melhor o impacto
global das mudanças climáticas, biólogos
marinhos costumam calcular os efeitos sobre todas
as espécies de peixes ou invertebrados de
forma agrupada. No entanto, os efeitos de estudos
individuais podem se anular, como no caso de invertebrados,
onde alguns grupos se beneficiam e outros são
prejudicados, resultando em uma avaliação
geral de impacto "zero", apesar de ambos
os grupos serem afetados.
Usando
um novo método, os pesquisadores conseguiram
avaliar de forma mais precisa os impactos das mudanças
climáticas, identificando efeitos negativos
no comportamento, fisiologia, reprodução
e desenvolvimento físico de peixes e invertebrados.
Anteriormente, os cientistas já haviam identificado
três principais formas pelas quais as mudanças
climáticas afetam a vida marinha: chances
reduzidas de sobrevivência, aumento do metabolismo
e enfraquecimento dos esqueletos de invertebrados.
De acordo
com Katharina Alter, as descobertas publicadas na
Nature Communications indicam que os impactos negativos
das mudanças climáticas na vida marinha
são provavelmente mais graves do que se imaginava
anteriormente. Os pesquisadores também estimaram
como a acidificação dos oceanos, causada
pelo aumento do dióxido de carbono dissolvido
na água, continuará afetando a vida
marinha no futuro, independentemente das intervenções.
Katharina
Alter explicou que a nova abordagem dos pesquisadores
indica que, se o aquecimento e a acidificação
dos oceanos continuarem como estão, até
100% dos processos biológicos em espécies
de peixes e invertebrados serão afetados,
enquanto métodos anteriores estimavam mudanças
em apenas 20 a 25% desses processos. Mesmo em um
cenário de menores emissões de carbono,
a pesquisa apontou que a acidificação
impactará cerca de 50% dos processos biológicos
em invertebrados e 30% nos peixes, ainda superando
as estimativas anteriores.
Além
de calcular os impactos negativos das mudanças
climáticas sobre peixes e invertebrados,
os pesquisadores adotaram uma abordagem que também
considera os potenciais efeitos benéficos
das mudanças, oferecendo uma visão
mais completa dos "impactos ocultos" causados
pelo aquecimento e acidificação dos
oceanos. Katharina Alter explicou que o novo método
leva em conta qualquer desvio significativo do estado
atual, seja benéfico ou prejudicial, como
parte do impacto climático. Essa abordagem
permite incluir uma gama mais ampla de respostas
e detectar efeitos que eram invisíveis nas
metodologias anteriores.
Os autores
destacaram que são necessárias mais
pesquisas para entender melhor as relações
entre as mudanças nos processos biológicos,
tanto positivos quanto negativos, e como essas alterações
podem afetar os ecossistemas marinhos de forma geral.
Da Redação,
com informações de agências
internacionais
Matéria elaborada com auxílio de Inteligência
Artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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