| 09/12/2025
– Mesmo nas grandes profundezas dos oceanos,
mamíferos marinhos continuam expostos aos
“produtos químicos eternos” —
substâncias sintéticas extremamente
persistentes no ambiente. Um estudo publicado na
revista Science of the Total Environment identificou
em baleias e golfinhos níveis de acúmulo
de PFAS (substâncias per e polifluoroalquiladas)
mais altos do que qualquer registro anterior.
Os PFAS
se acumulam na cadeia alimentar e podem prejudicar
sistemas imunológico, endócrino e
reprodutivo, ameaçando populações
de cetáceos. Embora se esperasse que espécies
que caçam em águas profundas fossem
menos contaminadas que as costeiras, o estudo mostrou
que isso não ocorre. Segundo a pesquisa,
baleias e golfinhos funcionam como importantes indicadores
ambientais, revelando a extensão da poluição
por esses químicos persistentes.
Os pesquisadores
analisaram tecidos de 127 animais de 16 espécies
de odontocetos nas águas próximas
à Nova Zelândia, incluindo golfinhos-nariz-de-garrafa,
orcas e cachalotes-pigmeus. Algumas espécies,
como o golfinho-de-hector, nunca haviam sido avaliadas
quanto aos níveis de PFAS. O estudo também
levou em conta fatores como sexo, idade e habitat
dos animais.
As análises
mostraram que o habitat marinho não é
um bom indicador de exposição aos
PFAS em odontocetos: mesmo espécies oceânicas
e de mergulho profundo apresentam contaminação
semelhante à de espécies costeiras.
Fatores como sexo e idade dos animais tiveram maior
influência nos níveis detectados, evidenciando
uma poluição generalizada que afeta
amplamente a biodiversidade marinha.
Os PFAS
são substâncias extremamente persistentes,
graças às fortes ligações
carbono-flúor, e são amplamente usados
pela indústria por repelirem água
e gordura. Por não se degradarem facilmente,
acumulam-se no ambiente e em organismos vivos, podendo
causar problemas de desenvolvimento e aumentar o
risco de certos cânceres. Segundo o estudo,
os PFAS chegam ao mar principalmente por escoamento
urbano e agrícola, descargas industriais
e efluentes, com maiores concentrações
próximas a áreas industrializadas
e costeiras. Pela alta persistência, os oceanos
acabam sendo o destino final desses compostos.
Da Redação,
com informações de agências
internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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