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Aves migratórias podem ser alternativa para cooperação entre as Coreias
Cerca de 50 milhões de aves migram entre as Coreias do Sul e Norte
 

03/12/2020 – A diplomacia e o diálogo entre as Coreias do Norte e Sul não são boas há décadas. Em tempos de pandemia da Covid-19 os contatos ficaram ainda mais restritos e a cooperação fronteiriça está praticamente extinta, ao menos por enquanto. Mas conservacionistas afirmam que aves migratórias podem levar as duas nações a retornarem o diálogo.

Conforme o inverno chega ao nordeste da Ásia, milhões de aves migratórias iniciam uma viagem intercontinental para o sul, por uma rota conhecida como “East Asian-Australasian Flyway”. Esse caminho abrange 22 países, desde o norte do Ártico até as águas temperadas dos oceanos pacífico Sul e Índico.

Reprodução/Pixabay

 



A maioria dessas aves migratórias, cerca de 50 milhões, passa pelo mar Amarelo, que faz fronteira com a China e a Península Coreana. Cerca de 200 espécies passam algum tempo nos pântanos dessa região, enquanto outras espécies marinhas, como patos e gansos ficam por uma temporada inteira no local.

Segundo Doug Watkins, executivo-chefe da Secretaria de Parceria do Leste Asiático-Australasian Flyway, em Incheon, na Coreia do Sul, essas aves são um elo entre as Coreias. “Há enormes desafios” para manter as relações entre as duas Coreias, disse ele. “Mas uma das coisas que eles compartilham são as aves migratórias.”

Para Heo Seok, prefeito de Suncheon, na Coreia do Sul, as aves são um potencial para cooperação entre os dois países. “A maioria dos programas de intercâmbio entre as Coreias é econômica ou cultural. Como as relações oficiais estão tensas agora, pode haver oportunidades para mais intercâmbios do setor privado em relação à ecologia.”


Seok entende que uma colaboração entre os países para compartilhar a gestão de zonas úmidas pode promover programas entre Suncheon e cidades da Coreia do Norte. Ele também espera que Pyongyang, capital norte coreana, participe de um projeto regional de monitoramento da migração do Grou-monge (Grus monacha). Observadores de aves acreditam que a colaboração na proteção da vida selvagem pode incitar um diálogo entre as duas Coreias.

A diplomacia entre as duas Coreias sofreu uma grande interrupção, depois que a Coreia do Norte cortou as linhas diretas militares e demoliu um escritório de ligação conjunta, que ficava do seu lado na fronteira entre os países. Pyongyang também rejeitou ajuda da Coreia do Sul para o combate do corona vírus e não aceitou oferta de investigação sobre a morte a tiros de um oficial sul-coreano em setembro.

Apesar de todos esses problemas, Christopher McCarthy, que estudou biodiversidade na Coreia do Norte, pelo Instituto de Estudos do Extremo Oriente em Seul, acredita que haja espaço para que a Coreia do Norte participe de alguma iniciativa. “Nada é muito apolítico na Coreia do Norte, mas a conservação ambiental é provavelmente o mais próximo da apolítica que se pode chegar”.


McCarthy afirma que a Coreia do Norte já assinou diversos acordos internacionais sobre meio ambiente, como o Acordo de Paris, sobre a mitigação das mudanças climáticas e até os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Em 2018, Pyongyang ratificou a Convenção de Ramsar, um tratado para proteger zonas úmidas e se juntou as redes de flyway de zonas úmidas de Mundok e Kumya, da EAAFP – The East Asian – Australasian Flyway Partnership.

“Isso revela que a Coreia do Norte sabe que precisa proteger seu meio ambiente, e a comunidade internacional é provavelmente a melhor parceria que ela pode ter para intensificar seus esforços”, disse McCarthy.

Por outro lado, o Ministério da Unificação da Coréia do Sul, disse à VOA, que atualmente não existe nenhuma posição sobre a participação da Coreia do Norte, através de programas de proteção ambiental ou da vida selvagem.


Reprodução/Pixabay

 



Agora com a pandemia da covid-19 os esforços de cooperação devem ficar congelados por mais algum tempo. “Estamos perdendo um ano inteiro de informações. Mas assim que o país estiver novamente aberto aos viajantes, tenho certeza de que retomaremos de onde paramos antes do início do COVID”, disse Watkins.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.


Da Redação, com informações do VOA
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
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