25/09/2024
– A elevação do nível do mar, intensificada
pelas mudanças climáticas, está acelerando
a cada ano e transformando radicalmente os ecossistemas costeiros.
Este fenômeno não apenas ameaça a existência
de várias espécies de aves costeiras, mas também
cria desafios para a conservação da biodiversidade.
Com a subida do nível do
mar, as marés altas aumentam, permitindo que tempestades
empurrem a água salgada para dentro, invadindo pântanos
de água salgada e florestas montanhosas. A água
salgada, ao inundar esses ecossistemas, provoca mudanças
significativas na vegetação, da qual muitas aves
dependem para se alimentar e abrigar.
Especialistas em conservação,
como Chris Moorman, da NC State, destacam que para compreender
o impacto da elevação do nível do mar sobre
as aves, é essencial analisar como esse processo afeta
as comunidades vegetais. Moorman explica que a composição
e a estrutura das plantas determinam quais espécies de
aves habitam um ecossistema. Com a aceleração da
elevação do nível do mar, há a preocupação
de que, até o final deste século, grande parte dos
pântanos de água salgada no mundo possa ser submersa,
deixando as aves sem habitat.
À medida que as plantas
nos pântanos de água salgada migram em busca de condições
ideais de crescimento, elas podem encontrar barreiras, como o
desenvolvimento urbano e a agricultura. Esse cenário é
especialmente preocupante para aves como o trilho-preto-oriental,
cuja população já sofreu uma queda de mais
de 75% nas últimas duas décadas devido, em parte,
à perda de habitat. Com o aumento do nível do mar,
os pântanos altos, que são essenciais para essas
aves, estão sendo inundados, forçando-as a se deslocarem
para áreas menos favoráveis.
No entanto, nem todas
as aves perdem com essas mudanças. Um estudo realizado
por Moorman e Paul Tallie revelou que a transformação
de florestas em pântanos pode beneficiar algumas espécies
de aves. A inundação de água salgada nas
florestas costeiras, que resulta na morte de árvores e
na criação de "florestas fantasmas", oferece
um novo habitat para aves que nidificam em cavidades, como o pica-pau-de-cabeça-vermelha.
Além disso, a substituição das árvores
mortas por arbustos e gramíneas tolerantes ao sal cria
condições favoráveis para espécies
como a codorna-do-norte.
Por outro lado, aves que dependem
de florestas densas, como o papa-moscas Acadian e a toutinegra-de-capuz,
perdem seus habitats quando as florestas úmidas e de terras
altas se transformam em pântanos. Embora as mudanças
associadas à elevação do nível do
mar sejam permanentes e significativas, elas são menos
drásticas em comparação com outras perturbações,
como incêndios florestais.
Moorman enfatiza que, como em
qualquer mudança ambiental, haverá espécies
que se beneficiam e outras que sofrem. Ele sugere que os gestores
de terras tomem medidas proativas, facilitando a migração
dos pântanos e planejando a longo prazo a conservação
de áreas que permitam essa migração. A colheita
de árvores com vegetação excessiva e a aplicação
de incêndios prescritos de alta intensidade são algumas
das práticas recomendadas para promover a adaptação
dos ecossistemas à elevação do nível
do mar.
Diante dessas transformações
irreversíveis, é crucial que as estratégias
de conservação sejam adaptadas para garantir a sobrevivência
das espécies de aves mais ameaçadas, equilibrando
os impactos das mudanças climáticas nos habitats
costeiros.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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