Gavião-carijó (Rupornis magnirostris)
 
 
Anatomia e Morfologia
Por que as aves alisam as penas
As penas são estruturas complexas que necessitam de cuidados permanentes
 

04/09/2020 – Não é raro vermos todos os tipos de aves alisando as penas, se contorcendo para arrumar a plumagem e fornecendo imagens curiosas aos observadores mais atentos. “As penas são essenciais para a saúde e sobrevivência das aves”, de acordo com o “Handbook of Bird Biology”, do Laboratório Cornell de Ornitologia, desta forma as aves passam um bom tempo para cuidar delas.

As penas são estruturas epidérmicas complexas das aves. Essas estruturas tegumentárias encontradas nesses vertebrados são uma das principais características que distinguem as aves de outros animais. Elas são responsáveis pelo isolamento térmico, para auxiliar no voo, na impermeabilização, em função das intempéries, além das cores, que auxiliam na comunicação e na proteção das aves. Para nós é o principal mecanismo de identificação das espécies.

Reprodução/Pixabay

 



O desenvolvimento das penas ocorre em reentrâncias ou folículos na pele e em geral são reunidos em regiões ou pterilas que são separadas pelas aptérias, áreas de pele sem penas. Nas ratitas (ema, avestruz, kiwi), nos pinguins e nas espécies da família Coliidae não ocorrem pterilas, pois as penas são distribuídas de modo uniforme sobre a pele.

A estrutura das penas é complexa, porém em relação à composição química elas são simples e uniformes. Uma pena é composta em mais de 90% por beta-queratina, proteína que tem relação com a queratina e que forma as escamas dos lepidossauros. Os lipídeos compõem em torno de 1%, a água em cerca de 8% e o restante por pequenas quantidades de outras proteínas e pigmentos como a melanina, por exemplo. Estes pigmentos somados aos caracteres estruturais que originam as cores das penas.

Reprodução/Pixabay

 



Segundo o dicionário Merriam-Webster (1828), a definição de uma pena é "Qualquer protuberância epidérmica leve, córnea, que forma a cobertura externa do corpo das aves.", diz a publicação centenária.

"Esses ramos menores têm minúsculos processos de sustentação de ganchos (barbicelas) que se entrelaçam com as bárbulas de uma farpa adjacente para unir as farpas em uma lâmina contínua. As penas da penugem não têm bárbulas, resultando em penas fofas que fornecem isolamento abaixo das penas de contorno", conclui a descrição do Merriam-Webster.

Com frequência são distinguidos cinco tipos de penas: penas de contorno, que engloba as penas típicas do corpo e as penas de voo (rêmiges e rectrizes); semiplumas; plúmulas de diversos tipos; cerdas; e filoplumas. As penas com vexilos possuem uma base curta e tubular, o cálamo que permanece implantado com firmeza no folículo até que a muda (troca de pena) aconteça. Distal ao cálamo há uma longa e afilada raque que contém ramificações laterais, pouco separadas, denominada barbas.

Reprodução/Pixabay

 



As barbas de cada lado da raque possuem o nome de vexilo que podem ser simétricos ou assimétricos. As partes dos vexilos que ficam próximas à pele possuem textura plumácea ou de penugem, sendo macia, solta e fofa, características importantes para o fornecimento de isolamento térmico. As partes mais distais dos vexilos apresentam textura penácea ou laminar e são firmes, compactas e muito entrelaçadas. Esta parte produz um aerofólio que fornece proteção a penugem que fica embaixo, também repele a água, reflete ou absorve a radiação solar e pode exercer uma função nas comunicações visuais e auditiva.

As bárbulas que fazem com que os vexilos da pena tenham característica penácea. A organização das bárbulas é tão grande que qualquer mudança no arranjo físico do vexilo é corrigido facilmente pelo hábito que as aves possuem de alisar as penas com o bico, com o bico levemente entreaberto as aves realinham as bárbulas.

Os movimentos que aves fazem para organizar as penas têm funções muito importantes para a vida e a sobrevivências desses animais. Quando as aves passam o bico pelas penas está arrumando as partes para que elas fiquem fechadas adequadamente. Por vezes, uma simples sacudida já é suficiente para recompor as penas de forma correta.

Reprodução/Pixabay

 



As aves também arrumam as penas para espalhar óleo, a partir da chamada glândula uropigiana. Elas passam o óleo nos pés, coçam a cabeça onde o bico não alcança. A arrumação também inclui a busca o controle de pragas e a limpeza de poeira.

As aves costumam limpar as penas com menos frequência no inverno. Em dias mais curtos as espécies priorizam a busca por alimentos.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações do Star Tribune
Colaborou Viviane Rodrigues Reis, bóloga-chefe da Pick-upau
Fotos: Reprodução/Pixabay
Fonte: Pough; Janis; Heiser, A Vida dos Vertebrados, 2003.

 
 
 
Quero-quero (Vanellus chilensis)
 
 
 

   
 
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