Gavião-carijó (Rupornis magnirostris)
 
 
Anatomia e Morfologia
Aves como os cucos parecem ter como alvo indivíduos que não enxergam bem
Estudo com mais de 2 mil espécies sugere que tamanho dos olhos pode ser decisivo para enganar suas vítimas
 

28/10/2021 – Os chamados pássaros parasitas costumam enganar suas vítimas para que seus filhotes sejam criados por outras espécies, uma artimanha utilizada por cerca de 100 espécies de cucos e outras com a mesma característica, contudo, por vezes o ‘golpe’ pode dar errado.

Uma nova pesquisa indica que para terem sucesso com os ninhos subjulgados, essas aves parasitas dependem em parte do tamanho dos olhos. Pesquisadores mediram e compararam o globo ocular de milhares espécies de aves e descobriram as espécies parasitas tendem a possuir olhos maiores, em relação aos hospedeiros, que são obrigados a cuidar de seus filhotes.

Mark Hauber, professor de comportamento animal na Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign e membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim, diz que “Agora sabemos que os olhos refletem uma história de parasitismo de cria”. O estudo produzido por Hauber e Ian Ausprey, da Universidade da Flórida em Gainesville, co-autor, foi publicado na revista Biology Letters.

Para os pesquisadores o parasitismo de cria evolui de forma independente por sete vezes em diversas famílias de aves, entre cucos, patos e outros pássaros canoros. Em alguns casos, o filhote parasita choca antes e empurra os ovos do hospedeiro para fora do ninho. Em situações extremas pode até matar seus concorrentes. Outras vezes, os hospedeiros, de forma inconsciente, podem sobrecarregar suas tarefas no ninho, alimentado todos os filhotes de forma indiscriminada, como é o caso do tico-tico e o chupim.

“Estamos super empolgados em poder fazer a grande pergunta, que é: se o parasitismo da ninhada é caro, como os parasitas da ninhada se safam disso?” “E também, os hospedeiros responderam a esses custos com algum tipo de adaptação sensorial, como mudar o tamanho dos olhos?”, questiona Hauber.

Reprodução/Pixabay

 



Os pesquisadores explicam que as aves são ludibriadas em níveis diferentes, algumas são mais fáceis de enganar, outras já criam defesas para impedir essas invasões. Algumas espécies que conseguem identificar ovos estranhos perfuram ou jogam eles para fora do ninho. Outros chegam a construir outra camada sobre os ovos impostores, impedindo que eles se desenvolvam, como as toutinegras-amarelas.

Hauber e Ausprey utilizaram um banco de dados de globos oculares de museus para examinar 750 aves hospedeiras, sendo 42 parasitas de cria, como os cucos-comuns e outras 1.895 espécies com ninhos que não são invadidos ou parasitados, como os pardais-domésticos. Os pesquisadores consideram outros fatores para que as aves tenham desenvolvidos olhos grandes e fizeram uma revisão bibliográfica sobre casos de hospedeiros e parasitas de ninhos.

Os pesquisadores perceberam que as aves hospedeiras tinham olhos menores do que os parasitas da cria, tanto no tamanho geral, quanto em relação ao corpo. “Faz sentido para o parasita ir atrás de pássaros que naturalmente têm uma capacidade pior de detectar objetos de aparência estranha no ninho”, diz Hauber.

Percebeu-se que as aves hospedeiras com olhos grandes eram mais propensas a perceber os ovos parasitas, desde que esses ovos não fossem tão parecidos. Entre os cucos pesquisados, verificou-se que os ovos eram bem mais parecidos com os dos hospedeiros com grandes olhos. Isso pode significar que os cucos e suas vítimas tenham um relacionamento de longa data. Uma evolução nos ovos para se adaptar a essa prática parasita.

Os pesquisadores querem agora estudar as áreas do cérebro das aves relacionadas à visão, para entender esse comportamento de identificar ou não ovos e ameaças de parasitas em seus ninhos. Eles acreditam que “não significa realmente que os olhos são as únicas maneiras pelas quais [as aves hospedeiras] diferenciam a importância de objetos no ninho, como ovos estranhos colocados por um parasita da ninhada, ”Hauber diz.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
Quero-quero (Vanellus chilensis)
 
 
 

   
 
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