08/02/2023
– Pesquisa sugere que tamanho dos cérebros, inclusive
em relação ao corpo, influencia na inteligência
das aves. Por que algumas espécies são mais inteligentes
que as outras? Mesmo depois de muitas observações,
a ciência ainda não consegue responder essa questão.
Apesar dos esforços, os cientistas ainda não podem
determinar porque alguns cérebros estimulam o comportamento
inteligente e em outros casos não.
Um novo estudo aborda a relação
entre cérebro e inteligência. Apesar do tamanho do
cérebro fazer diferença, a relação
desse tamanho com o corpo do animal é também um
fator importante. Segundo os pesquisadores, uma abordagem específica
para o desenvolvimento do cérebro pode promover a inteligência.
A pesquisa publicada na revista científica Nature Ecology
and Evolution, tem atenção nas facilidades mentais
observadas em diferentes espécies de aves.
Segundo os cientistas, a inteligência
foi definida como capacidade de inovar ou ainda a tendência
de criar novos comportamentos. A equipe do estudo informa que
as corujas foram excluídas, pois seu comportamento é
difícil de observar na natureza, sem que sejam importunadas.
Baseado em estudos anteriores, os cientistas separaram os artigos
por descrição de comportamento de cada espécie
de ave. Isso revelou como algumas espécies são mais
estudadas que outras.
A partir desta revisão
bibliográfica, os pesquisadores passaram a estudar a arquitetura
cerebral conhecida das espécies, em três frentes.
Primeiro verificaram se a inteligência tinha relação
com áreas específicas dos cérebros, mas especificamente
uma região conhecida como pálio, nas aves, que parece
ser responsável por funções que ocorrem no
neocórtex dos seres humanos. Esta região do cérebro
acumula informações sensoriais e pode realizar o
planejamento de ações.
Segundo, os pesquisadores usaram
tecnologia que permite a contagem de neurônios, em uma determinada
região do cérebro, para verificar se a inteligência
pode ser relacionar com o tamanho cérebro ou ainda pela
relação do cérebro-corpo. Em terceiro lugar,
os cientistas estudaram a história de evolução
e desenvolvimento do cérebro em espécies de aves
consideradas inteligentes.
Para os cientistas,
após as análises, cérebros maiores proporcionam
um comportamento mais complexo. Contudo, ao limitar o tamanho
do corpo, descobriram que a dimensão relativa do cérebro
ainda guarda um efeito. Segundo o estudo, uma espécie com
mais neurônios do que a linha base para o tamanho de seu
corpo, tem mais chances de desenvolver comportamentos mais complexos.
“O número de neurônios
em todo o cérebro está positivamente associado à
propensão à inovação comportamental,
particularmente às inovações técnicas
que se supõe exigir uma cognição mais avançada”,
concluem os autores. Os pesquisadores verificaram que o pálio
foi a área mais importante associada ao comportamento das
aves, o cérebro também teve parcela neste processo,
mas em menor escala. Contudo, temos a tendência de analisarmos
o tamanho total do cérebro ou a dimensão cérebro-corpo,
e segundo os pesquisadores, essa relação é
uma abordagem improdutiva nos estudos sobre o tema. Ambas as relações
são importantes e deve ser pesquisadas igualmente.
Ou seja, a quantidade de neurônios
encontrados no pálio de cada espécie aumenta tanto
com o tamanho absoluto do cérebro, quanto em relação
à proporção cérebro-corpo. Entre todas
as famílias de aves estudadas, corvídeos e psitacídeos
apresentaram os comportamentos mais complexos, inclusive quando
as espécies foram analisadas separadamente, verificaram
que o número de neurônios aumentava rapidamente com
o tamanho do corpo, em relação a outras famílias
pesquisadas. Espécies que vivem mais podem investir mais
energia e tempo no desenvolvimento de seus cérebros para
uma resposta cognitiva maior e mais elaborada.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay
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