01/06/2018
– (Passerellidae) O pequeno topete, as estrias da cabeça
e o colar ferrugíneo são característicos
da espécie que mede 15 centímetros, geralmente menos
pronunciados no sexo feminino. Rajado de marrom e preto por cima,
com cabeça cinza e preta; asa com duas faixas branco-sujas;
branco-sujo por baixo, com mancha preta e ferrugínea nos
lados do peito; o macho possui a crista arrepiada. O jovem não
possui as faixas na cabeça, a nódoa preta ao lado
do pescoço e o colar ferrugíneo; possui manchas
negras pequenas no peito; e é mais rajado, principalmente
por baixo.
Habita paisagens abertas, campos de cultura, fazendas, jardins
em cidades. Até 2.500 metros de altitude. Ocorre no México,
América Central, América do Sul, até a Terra
do Fogo. Regiões montanhosas como no Alto do Itatiaia,
Rio de Janeiro. É uma das aves mais abundantes do Chile.
No Brasil é encontrado em todas as regiões, exceto
em áreas florestais da Amazônia. Está presente
em áreas campestres e regiões serranas, como na
Serra dos Carajás (Pará) e no Amapá. É
ausente nas baixadas costeiras da Bahia e norte do Espírito
Santo.
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Tico-tico (Zonotrichia capensis).
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Em casais ou em grupos pequenos pelo chão, alimentam-se
de sementes, artrópodes e frutos.
O tico-tico (Zonotrichia capensis) nidifica em touceiras
de capim, às vezes em vasos com folhagem e entre mudas
em viveiros florestais, como ocorre todos os anos no Viveiro Florestal
Refazenda, no Centro de Estudos e Conservação da
Flora – CECFLORA, da Pick-upau. Seu ninho tem formato de
tigela e é tecido com raízes e fibras vegetais secas.
Ocorre bastante variação no colorido dos ovos, esverdeados
com coroa de salpicos avermelhados no polo obtuso.
O período de incubação dura em média
de 12 a 13 dias. O casal alimenta os filhotes, que abandonam o
ninho entre o nono e décimo dia. Continuam recebendo cuidados
dos pais por mais alguns dias, tornando-se independentes após
20 e 30 dias de vida. Com 5-6 meses o macho adota o canto do adulto,
tornando-se apto para a reprodução e para estabelecimento
de território próprio.
É uma das espécies mais parasitadas pelo chupim
(Molothrus bonariensis).
Sua vocalização consiste em um chamado, um canto,
cujo fraseado e timbre variam segundo a população
e região, e um canto noturno que é emitido uma única
vez, e por apenas um indivíduo, ao anoitecer ou pouco tempo
(em torno de uma hora) depois do anoitecer. Às vezes o
indivíduo repete, após intervalo de 7 a 10 minutos.
Dificilmente o canto noturno é emitido durante o dia, mas
às vezes é emitido nos intervalos de cantos diurnos,
constituindo provavelmente um tipo de treino. O canto noturno
pode ser emitido também em situação de extremo
susto, quando surge um gavião ou falcão, por exemplo.
Ocorrem diferenças no canto noturno entre indivíduos,
mas provavelmente não ocorrem por alterações
geográficas, ao contrário do canto diurno.
Reprodução/Pick-upau/Viviane Rodrigues Reis
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Tico-tico (Zonotrichia capensis).
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Em comemoração ao centenário da aprovação
da Lei do Tratado das Aves Migratórias (MBTA, na sigla
em inglês), importantes instituições estrangeiras
como National Audubon Society, National Geographic, BirdLife International
e The Cornell Lab of Ornithology, oficializaram 2018 como o Ano
da Ave. Aqui no Brasil, a Agência Ambiental Pick-upau também
realizará uma série de ações para
a promoção do Projeto Aves, patrocinado pela Petrobras,
incluindo matérias especiais sobre as aves nas mais diversas
áreas.
O Projeto Aves realiza diversas atividades voltadas ao estudo
e conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância da conservação das comunidades
de avifauna.
O Projeto Aves: Mata Atlântica é patrocinado pela
Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, desde
2015.
Da Redação
Fotos: Pick-upau/Reprodução
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