Guaxe (Cacicus haemorrhous)
 
 
Ninhos
Pesquisa sobre ninhos artificiais tem primeiros resultados
Arapaçu-rajado aceita ninho artificial e filhotes nascem no CECFLORA
 

05/06/2018 – Em março de 2017, a Agência Ambiental Pick-upau publicou a edição 23 da Darwin Society Magazine que apresentava o trabalho dos (as) pesquisadores (as) na confecção e instalação de ninhos artificiais no Centro de Estudos e Conservação da Flora – CECFLORA, em São Paulo. O experimento-piloto visava adequar metodologias aplicadas em outros países para a realidade brasileira, mais especificamente na Mata Atlântica.

A edição especial da DSM “Utilização de ninhos artificiais como estratégia na conservação das aves e a inserção da sociedade na sua preservação”, elaborou vários modelos de ninhos para suprir a ausência de cavidades em determinadas regiões. A pesquisa foi patrocinada pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.


Pick-upau/Reprodução

Arapaçu-rajado (Xiphorhynchus fuscus) em ninho artificial instalado no CECFLORA.



Já na primavera de 2017, diversas espécies passaram a investigar os novos ninhos e em um deles a equipe de pesquisadores da Pick-upau conseguiu monitorar a nidificação do arapaçu-rajado (Xiphorhynchus fuscus).

A degradação ambiental no Brasil, como os altos índices de desmatamentos e fragmentação florestal tem causado perda de habitat para muitas espécies, colocando-as em risco de extinção.

 

A bióloga-chefe da Agência Ambiental Pick-upau, Viviane Rodrigues Reis, explica que existem muitas espécies que utilizam ninhos em cavidades. “O Brasil possui muitas espécies de pica-paus (família Picidae), dos pequenos (gênero Picumnus) aos grandes (gênero Celeus e Campestris), com suas especializações, eles abrem cavidades de diversos tamanhos, beneficiando muitas outras aves como os psitacídeos, periquito-rico – (Brotogeris tirica), papagaio-verdadeiro – (Amazona aestiva), maitaca-verde – (Pionus maximiliani) e o tuim – (Forpus xanthopterygius), este último também possui o hábito de utilizar ninhos abandonados do João-de-barro – (Furnarius rufus). Ranfastídeos como o tucano-de-bico-verde e o tucano-de-bico-preto – (Ramphastos dicolorus) e (Ramphastos vitellinus), respectivamente. As espécies da família Strigidae como a corujinha-do-mato (Megascops choliba) e passeriformes como o arapaçu-rajado – (Xiphorhynchus fuscus) e o arapaçu-verde – (Sittasomus griseicapillus) são alguns exemplos”, explica Reis.


Pick-upau/Reprodução

Arapaçu-rajado (Xiphorhynchus fuscus) em ninho artificial instalado no CECFLORA.



Reis esclarece ainda a origem da metodologia aplicada na pesquisa do CECFLORA. “Para a metodologia, utilizamos como base dados de nidificação de espécies listadas no Programa NestWatch do Laboratório de Ornitologia de Cornell em Ithaca, Nova Iorque. Nessa metodologia, cada espécie possui medidas específicas de ninho, com largura, altura e profundidade, variando entre as necessidades e o porte das aves. Para a nossa pesquisa, comparamos o tamanho de espécies de aves listadas no programa com espécies que ocorrem no Centro de Estudos e Conservação da Flora, da Pick-upau e construímos ninhos de diferentes tamanhos, a fim de monitorar a sua utilização e a eficácia da metodologia para as espécies de aves brasileiras, diz a bióloga-chefe da Pick-upau.


Pick-upau/Reprodução

Arapaçu-rajado (Xiphorhynchus fuscus) em ninho artificial instalado em uma goiabeira (Psidium guajava L.).

 

Segundo a pesquisadora, os ninhos artificiais são uma importante ferramenta para a conservação das espécies. “A degradação ambiental no Brasil, como os altos índices de desmatamentos e fragmentação florestal tem causado perda de habitat para muitas espécies, colocando-as em risco de extinção. No interior do Estado de São Paulo, por exemplo, é possível verificar que muitas propriedades possuem plantações de espécies exóticas de valor comercial como pinus e eucalipto, áreas de preservação permanente, (margens de rios, nascentes e topos de morro) desprotegidas, e reservas legais apresentando baixo número de espécies vegetais ou com espécies em estágio inicial de regeneração, afetando a disponibilidade de cavidades naturais para a nidificação. Neste sentido, a utilização de ninhos artificiais é estratégia para a conservação da avifauna e para a manutenção dos serviços ecológicos que elas nos proporcionam. Os ninhos artificiais podem ser instalados em propriedades rurais e em casas de veraneio no litoral, desde que o propósito seja o da conservação das espécies, e para isto, algumas medidas devem ser tomadas, como não interferir em ovos e filhotes, por exemplo”, conclui a bióloga responsável pela pesquisa.

A segunda fase do experimento deverá apresentar resultados na adequação e simplificação do processo de construção dos ninhos e promover a instalação em propriedades rurais e particulares nos municípios de abrangência do projeto.

O Projeto Aves é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, desde 2015.

Da Redação
Fotos: Reprodução/Pick-upau/Petrobras

 
 
 
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