08/11/2018
– Madagascar é um país africano localizado
no Oceano Índico, na costa sudeste da África, a
400 km de Moçambique. É a quarta maior ilha do mundo
e sua extensão abrange 1610 km e a largura 563 km.
Vive isolado dos outros continentes
da Terra há cerca de 165 milhões de anos e este
isolamento conferiu ao lugar características únicas.
A maior parte das espécies de plantas e de animais, cerca
de 90% é endêmica, ou seja, só ocorre na ilha.
Além da elevada taxa de endemismo, possui ampla variedade
de paisagens e climas.
A ilha abriga aproximadamente
12.000 espécies de plantas, de 70 a 80% só ocorrem
na região, pelo menos 10 famílias e 260 gêneros.
Das oito espécies de baobás encontrados no mundo,
seis estão somente em Madagascar e 85% das espécies
de orquídeas (aproximadamente 1000 espécies) também
são endêmicas. Dois terços das espécies
de camaleão do planeta, muitos roedores, morcegos, mangustos
e carnívoros também só podem ser vistos na
vida livre em Madagascar.
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Seis espécies são endêmicas
de Madagascar.
Armazenam água em seus troncos intumescidos para
sobreviverem durante o período sem chuva. Produz
grandes quantidades de néctar, alimento preferido
dos lêmures
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Os mamíferos compreendem
249 espécies, destes 121 estão ameaçadas
de extinção e quatro foram extintos. As principais
ameaças que afetam as espécies da ilha é
a conversão de florestas em agricultura; captura de animais
com dispositivos de armadilhas e caça; exploração
madeireira; uso do fogo para supressão vegetal; poluição
por efluentes: industriais, da agricultura e domésticos.
Cetáceos – mamíferos
aquáticos
Entre os cetáceos que ocorrem
em Madagascar, 5 são da família Balaenopteridae,
3 da família Ziphiidae, 3 pertencem a família Physeteridae
e um da família Balaenidae, 4 espécies estão
ameaçados, 3 em perigo e uma está vulnerável,
devido principalmente a caça.
A família Delphinidae da
orca e dos golfinhos possuem 15 espécies na ilha. O golfinho
Sousa plumbea, por exemplo, que ocorre nos Oceanos Atlântico
e Indico está ameaçado, listado como em perigo devido
às altas taxas mortalidade por capturas em redes de emalhar
(captura acidental e caça) e ameaças a qualidade
do habitat por poluição.
Artiodáctilos – Hipopótamos
As duas espécies da família
Hippopotamidae, Hippopotamus madagascariensis e Hippopotamus
lemerlei foram extintas por caçadores. Existem evidências
de açougues de hipopótamos no sudoeste de Madagascar
já no século I d.C.
Roedores
A ordem Rodentia abriga 27 roedores,
todos da família Nesomyidae. Muitas espécies são
endêmicas, incluindo o rato-gigante-malgaxe (Hypogeomys
antimena) que habita as florestas de Kirindy.
Das 27 espécies, sete estão
ameaçadas. A ameaça principal consiste na destruição
do habitat como desmatamentos para a agricultura e construção
de pequenas fazendas. A exploração madeireira e
a introdução de espécies exóticas
invasoras também são fatores de impacto.
Quirópteros
A ordem Chiroptera abriga 49 espécies,
quatro estão ameaçadas de extinção,
todas endêmicas de Madagascar e outras duas estão
quase ameaçadas.
Carnívoros
A ordem Carnívora reúne
10 espécies da família Eupleridae, são endêmicos
de Madagascar, incluindo o fossa (Cryptoprocta ferox),
gato-de-algália-malgaxe (Fossa fossana), que estão
vulneráveis e o mangusto-de-rabo-anelado (Galidia elegans),
que não está ameaçado. No total oito espécies
estão ameaçadas. Uma espécie está
extinta, Cryptoprocta spelea que é conhecido apenas
por fósseis provavelmente do Holoceno, e as razões
para a sua extinção não são conhecidas.
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Os desafios de Madagascar.
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Primatas
A ordem Primates reúne
100 espécies, 90% estão ameaçadas de extinção,
a família Cheirogaleidae abriga 32 espécies de lêmures,
das quais 26 estão ameaçados. Lepilemuridae conta
com 26 espécies, todas, exceto uma, estão ameaçadas
e das 21 espécies da família Lemuridae, 19 estão
ameaçadas.
A família Indriiidae abriga
19 espécies, todas estão ameaçadas de extinção.
As ameaças principais consistem também na destruição
do habitat para a agricultura, captura de animais com dispositivos
de armadilhas, caça e exploração madeireira.
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Lêmure-de-rabo-anelado (Lemur
catta). Diurno, vive nas árvores, mas passa
muito tempo no chão
Forma grupos que são comandados por uma fêmea
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O primata aie-aie (Daubentonia
madagascariensis) é endêmico de Madagascar e
é o único representante vivo da família Daubentoniidae.
É noturno e arborícola. Está ameaçado,
listado como em perigo devido à destruição
de seu habitat e caça para alimento, em algumas áreas
é morto, pois acreditam que a espécie seja um prenúncio
do mal, símbolo de má sorte e por considerarem uma
praga na agricultura. Espécies que fornecem alimento para
o aie-aie como Intsia bijuga e Canarium madagascariensis
são cortadas para a construção de casas,
barcos e caixões, afetando mais ainda a espécie.
A espécie Palaeopropithecus
ingens da família Palaeopropithecidae está
extinta, e é conhecida apenas por fósseis e a datação
por rádio-carbono sugere que tenha vivido até em
torno de 1620 e as causas para extinção são
desconhecidas.
Sirênios
O dugongo (Dugong dugon)
membro da ordem Sirenia é o único representante
vivo da família Dugongidae. Ocorre nos oceanos Indico e
Pacífico, está extinto em muitas ilhas e vulnerável
em áreas que ainda ocorre. As ameaças são
diversas, capturas por redes de emalhar, caça de subsistência,
perda de habitat por eventos climáticos, intensificados
pelas mudanças climáticas, urbanização
e poluição por produtos utilizados na agricultura.
Afrosoricida
A ordem Afrosoricida abriga 31
espécies de tenrecídeos, mamíferos insetívoros
de pequeno porte, seis estão ameaçados, principalmente
devido aos intensos desmatamentos que ocorrem para agricultura.
Eulipotyphila
O musaranho-pigmeu (Suncus
madagascariensis) é o único representante da
ordem Eulipotyphila em Madagascar. Da família Soricidae,
é endêmico de Madagascar e de Comores. Não
está ameaçado, pois apresenta ampla distribuição
e ocorre em diversas áreas protegidas, mas sofre impactos
em seus habitats como conversão de florestas em terras
cultivadas, pastagens e pela extração de madeira.
As aves de Madagascar
Madagascar abriga 246 espécies
de aves distribuídas em 24 ordens. A ordem Passeriformes
é a mais numerosa, (72 espécies), seguido de Charadriiformes
(40) e Pelecaniformes (18). A ordem com menos espécies
é Pterocliformes, Leptosomiformes e Bucerotiformes com
uma espécie cada, seguido de Phoenicopteriformes, Phaethontiformes
e Ciconiiformes com duas cada.
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Margaroperdix madagarensis
pertence a família Phasianidae e é nativo
de Madasgascar, mas foi introduzido na Ilha Reunião.
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Pelo menos 115 espécies
e 36 gêneros são endêmicos da ilha. As florestas
abrigam muitas espécies raras como a águia-serpente-de-madagascar
(Eutriorchis astur), que está em perigo e a coruja-vermelha-de-madagascar
(Tyto soumagnei) que está vulnerável. Das
246 espécies, 36 estão ameaçadas e duas foram
extintas.
O mergulhão-de-alaotra
(Tachybaptus rufolavatus) era endêmico de Madagascar,
mas está extinto, pois há anos que não é
observado no Lago Alaotra, o último avistamento ocorreu
em 1982. As causas para a sua extinção são
muitas, utilização de redes de emalhar no Lago Alaotra,
afetando além dela, muitas outras espécies mergulhadoras,
provavelmente a introdução dos peixes carnívoros
Micropterus salmoides e Channa striata, erosão
das encostas devido ao desmatamento, contaminação
do lago por efluentes da agricultura, sedimentação,
introdução de plantas exóticas, mamíferos
e peixes como a tilápia reduzindo os recursos alimentares
para o mergulhão e perda de habitat devido à conversão
dos brejos em fazendas de arroz.
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Atelornis pittoides, pertence
a família Brachypteraciidae e é endêmico
de Madagascar, não está ameaçado.
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Coua delalandei da família
Cuculidae também era endêmico de Madagascar, mas
não há relatos sobre sua presença desde 1834,
sendo considerado extinto devido aos desmatamentos ocorridos em
seu habitat, a predação por roedores introduzidos
também podem ter contribuído para a sua extinção.
O zarro-de-madagascar (Aythya
innotata) da família Anatidae e endêmico da
ilha. Tinha sido avistado pela última vez em 1991 e depois
foi redescoberto em 2006, porém como foi observado em apenas
um local e há poucos indivíduos capazes de se reproduzir
(menos de 50) está criticamente em perigo. Seu declínio
foi causado pela redução e degradação
de seu habitat por assoreamento e pela agricultura, introdução
de peixes exóticos no Lago Alaotra, cuja pressão
é crescente, pois é uma das maiores áreas
de produção de arroz em Madagascar, erosão
das encostas desmatadas e práticas agrícolas que
afetaram a qualidade do lago, plantas e mamíferos introduzidos,
caça e mortes em redes de emalhar.
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Íbis-malgaxe (Lophotibis
cristata).
É endêmico de Madagascar e está quase
ameaçado.
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A águia-pescadora de Madagascar
(Haliaeetus vociferoides) habita a região marinha
costeira, lagos e grandes rios da costa oeste da ilha e se alimenta
principalmente de peixes como a tilápia que foi introduzida.
Também está criticamente em perigo e as causas para
o seu declínio são diversas, competição
com humanos por peixes, emaranhamento acidental em redes de pesca,
captura para utilização de partes de seu corpo em
alimentos e pela medicina tradicional, desmatamento, erosão
do solo, poluição das águas e coletas insustentáveis
de Rhizophora mucronata e outras árvores utilizadas para
nidificação.
O grau de endemismo de Madagascar
é muito elevado, mas as ameaças que afetam a ilha
também são muitas, como já mencionadas. O
ecossistema vive em constante ameaça pelo desmatamento
para implantação de plantações como
arroz, mandioca e milho, após poucos anos de cultivo o
solo fica estéril e depois as áreas são utilizadas
para pastagem, consequentemente novas áreas de florestas
são derrubadas.
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Coua cristata pertence a família
Cuculidae. Além dele, há mais 11 espécies
do gênero Coua, uma está extinta principalmente
devido ao desmatamento da ilha de Sainte-Marie.
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A rede de parques e reservas nacionais
que a ilha possui é o refúgio da biodiversidade
frente a tantas ameaças, um exemplo é a Floresta
de Manambolo na região sudeste da ilha, que faz parte do
corredor que liga os Parques Nacionais de Ranomafana e Andringitra.
Diversas espécies refugiam-se nestas florestas como o lêmure-de-rabo-anelado
(Lemur catta) que está em perigo na avaliação
da IUCN.
Em comemoração ao
centenário da aprovação da Lei do Tratado
das Aves Migratórias (MBTA, na sigla em inglês),
importantes instituições estrangeiras como National
Audubon Society, National Geographic, BirdLife International e
The Cornell Lab of Ornithology, oficializaram 2018 como o Ano
da Ave. Aqui no Brasil, a Agência Ambiental Pick-upau também
realizará uma série de ações para
a promoção do Projeto Aves, patrocinado pela Petrobras,
incluindo matérias especiais sobre as aves nas mais diversas
áreas, como na ciência.
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Foudia madagascariensis. O
tecelão-de-madagascar pertence a família
Ploceidae e é endêmico de
Madagascar, mas foi introduzido em outros países
como nas ilhas Reunião e Comores.
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Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves. Parcerias estratégicas como patrocínios da Petrobras e da Mitsubishi Motors incentivam essa iniciativa.
Da Redação (Viviane
Rodrigues Reis)
Fotos: Reprodução/Pixabay
Com informações de Wildmadagascar/ The IUCN Red
List of Threatened Species, 2018/Livro Planeta Terra: 200 lugares
de preservação, 2008
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