Talha-mar (Rynchops niger)
 
 
Notícia
Os desafios das corujinhas-do-mato (nas cidades)
De hábito noturno, a pequena coruja costuma ficar empoleirada em árvores
 

17/12/2018 – Com a chegada da primavera e do verão muitas aves buscam seus parceiros para acasalamento e locais para nidificação. É o caso da corujinha-do-mato (Megascops choliba), da família Strigidae. A ave tem ampla ocorrência em ambientes florestais e arborizados como propriedades rurais, pomares, praças e cidades.

É justamente nos centros urbanos, onde a espécie enfrenta os desafios comuns que nós humanos conhecemos bem: obstáculos físicos, poluição sonora, grande quantidade de pessoas e carros, mas também uma boa oferta de alimento e locais para nidificação.

Pick-upau/Reprodução

Um filhote de corujinha-do-mato (Megascops choliba) em um pau-pólvora (Trema micrantha).

 

Pesquisadores da Agência Ambiental Pick-upau monitoraram duas situações distintas da corujinha-do-mato. A primeira família se formou na arborização do Centro de Estudos e Conservação da Flora – CECFLORA, o núcleo de pesquisa da Pick-upau. A espécie foi observada em outubro de 2017 com dois filhotes, no entanto, em outras ocasiões ela já tinha sido identificada, tanto visualmente como através de sua vocalização, realizada de forma intensa pelo casal durante a época reprodutiva.

Apenas com os predadores naturais e o desenvolvimento adequado, dois filhotes nasceram e conseguiram crescer sem grandes contratempos. Durante várias noites os pesquisadores monitoraram as caçadas dos pais por insetos. Mesmo durante o dia a equipe podia observar a família das corujinhas em árvores como a goiabeira (Psidium guajava) e o pau-pólvora (Trema micrantha). Esses indivíduos foram monitorados por dois anos seguidos. Para a nidificação no CECFLORA, a corujinha utilizou uma palmeira-jerivá (Syagrus romanzoffiana) que fica próximo à sede.

“Podemos ter outros cuidados também como não interferir em ovos e filhotes, a fim de evitar que os pais os abandonem, ao avistar filhotes caídos do ninho, prestar atenção e observar, pois os pais podem estar próximos e os filhotes estarem em processo de aprendizado de voo e sob seus cuidados.”

 

Já na base administrativa da Agência Ambiental Pick-upau, situada em um condomínio, próximo ao Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, na capital paulista, a história não foi bem sucedida. Os pais escolheram uma palmeira morta, onde só restava o tronco. Com risco de queda próxima a passagem de pessoas, funcionários do condomínio não atentaram para a presença de uma cavidade, onde havia dois filhotes da corujinha-do-mato.

Infelizmente, só após a queda do tronco observou-se o ninho. Os mesmos funcionários providenciaram um novo ninho em uma palmeira próxima. Contudo, alguns dias depois os filhotes foram encontrados mortos no chão.

A bióloga-chefe da Agência Ambiental Pick-upau, Viviane Rodrigues Reis, explica a importância da espécie e onde geralmente são encontradas. “A corujinha-do-mato é uma espécie relativamente comum, habita bordas de mata e regiões com grande concentração populacional. As espécies da família Strigidae prestam serviços ecológicos importantes, devido à captura tanto de insetos como de roedores. A corujinha-do-mato assim como muitas outras corujas nidificam em cavidades naturais como ocos de árvores e buracos feitos por pica-paus”, diz Reis.

Pick-upau/Reprodução

Corujinha-do-mato (Megascops choliba).



Segundo a pesquisadora, mesmo em áreas urbanas, se tomados alguns cuidados, o sucesso na procriação é razoável ou bom. “O episódio descrito pela equipe da Pick-upau alerta para o cuidado em não cortar árvores, ou pelo menos evitar, mesmo em processo de deterioração, pois na primavera e verão muitas espécies estão nidificando, a não ser que o corte seja realmente necessário, visando à segurança das pessoas e com autorização do órgão competente”.

“Podemos ter outros cuidados também como não interferir em ovos e filhotes, a fim de evitar que os pais os abandonem, ao avistar filhotes caídos do ninho, prestar atenção e observar, pois os pais podem estar próximos e os filhotes estarem em processo de aprendizado de voo e sob seus cuidados. Caso seja constatado que realmente o filhote esteja sozinho e necessita de supervisão, pode encaminhá-lo a um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) ou a um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) autorizado”, conclui a bióloga-chefe da Pick-upau.

A Agência Ambiental Pick-upau, através do Projeto Darwin, com patrocínio da Petrobras e financiamento do Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima – FNMC, do Ministério do Meio Ambiente – MMA, publicou estudo sobre ninhos artificiais, na edição 23 da Darwin Society Magazine. Acesse a publicação “Utilização de ninhos artificiais como estratégia na conservação das aves e a inserção da sociedade na sua preservação”.



O Projeto Aves realiza diversas atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância da conservação das comunidades de avifauna.

Em comemoração ao centenário da aprovação da Lei do Tratado das Aves Migratórias (MBTA, na sigla em inglês), importantes instituições estrangeiras como National Audubon Society, National Geographic, BirdLife International e The Cornell Lab of Ornithology, oficializaram 2018 como o Ano da Ave. Aqui no Brasil, a Agência Ambiental Pick-upau também realizará uma série de ações para a promoção do Projeto Aves, patrocinado pela Petrobras, incluindo matérias especiais sobre as aves nas mais diversas áreas, como na ciência.

O Projeto Aves: Mata Atlântica é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, desde 2015.

Da Redação
Fotos: Pick-upau/Reprodução

 
 
 
Periquito-rico (Brotogeris tirica)
 
 
 

   
 
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