Talha-mar (Rynchops niger)
 
 
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Pesquisadores identificam neurônio de aprendizado em aves
Lesões nesses neurônios impedem que aves jovens aprendam os cantos
 

11/11/2019 – Um estudo realizado pela Universidade de Hokkaido (Japão) identificou um neurônio de aprendizado de canções em aves e determinou que lesões nesses neurônios impedem que jovens consigam reproduzir corretamente os cantos de sua espécie.

Pesquisadores japoneses e sul-coreanos afirmam que um grupo de células cerebrais, neurônios relacionados a gânglios corticobasais são imprescindíveis para o aprendizado vocal de aves jovens. O estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), afirma ainda, que esse impedimento não acomete em aves adultas.

Divulgação/Pick-upau

 



O aprendizado do canto das aves ocorre como a fala humana, como uma série de movimentos exatamente cronometrados, aprendidos pela vocalização de outros indivíduos como seus pais. “O sistema de música em aves compartilha uma série de semelhanças com circuitos motores de mamíferos”, afirma Kazuhiro Wada, neurocientista da Universidade de Hokkaido (Japão) que liderou o estudo.

Segundo os pesquisadores, o processo de aprendizado do canto das aves está ligado a áreas cerebrais determinadas, a região cortical motora e os gânglios basais. Esses dispositivos também são encontrados nos mamíferos e são importantes para aprender e manter movimentos sequenciais. Entretanto, ainda não se sabe a relação das conexões neurais entre as duas regiões.

A espécie utilizada no estudo foi o mandarim (Taeniopygia guttata), uma ave canora. Os pesquisadores investigaram o que ocorre quando os neurônios que ligam a área cortical motora aos gânglios basais são interrompidos. Para isso utilizaram um vírus com proteína citotóxica nesses neurônios de conexão. O efeito foi a morte desses neurônios de conexão conhecidos como neurônios de projeção dos gânglios corticobasais.


Divulgação/Pick-upau

 



Verificaram a partir desse estágio que mandarins jovens com neurônios de projeção interrompidos não conseguiam repetir padrões de cantos da espécie e desenvolveram cantos incomuns e sequências precárias.


Mas ao repetir os mesmos padrões em indivíduos adultos verificaram que as aves com neurônios de projeção interrompidos não apresentavam alteração na estrutura dos cantos. Segundos os pesquisadores, o estudo indica que os neurônios de projeção dos gânglios corticobasais são determinantes para o aprendizado, mas não para manter um canto já aprendido.

Estudos como esse são importantes para a conservação das espécies, visto que, a comunicação das aves é determinante para sua sobrevivência.


Divulgação/Pick-upau

 



Projeto Aves realiza diversas atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância da conservação das comunidades de avifauna. O Projeto Aves é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, desde 2015.

Da Redação, com informações da Revista Planeta/PNAS
Fotos: Pixabay/Reprodução

 
 
 
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