Talha-mar (Rynchops niger)
 
 
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Pesquisa usa truques de mágica para entender comportamento das aves
Como as aves enxergam o mundo? Cientistas usam ilusionismo para tentar responder
 

27/07/2021 – Para muita gente truques de mágica não passam de um entretenimento tedioso, crianças, na maioria gostam e se divertem, mas o fato é que truques de mágica podem demonstrar como o cérebro funciona, a partir dessas ilusões. Geralmente a mágica acumula pontos cegos bem específicos na percepção e atenção das pessoas, o que pode ser muito útil também na psicanálise.

Mas a mágica mesmo está na capacidade de controlar a atenção das pessoas para promover uma ação enganosa. É dessa forma que mágicos podem apresentar seus truques e essas técnicas podem revelar como nossas mentes funcionam a partir dessas situações simuladas.


Reprodução/Pixabay

 



Da mesma forma que pode ser usada para a mente humana, também pode ser aplicada para outros animais. Desta forma, revelar como aves, por exemplo, enxergam o mundo ao seu redor e se essas vivências têm alguma relação com as nossas experiências. Um estudo recente aplicou truques mágicos em aves, testando a prestidigitação em gaios-eurasianos (Garrulus glandarius) e descobriu que elas foram enganadas por alguns truques, mas não por todos.

A princípio isso não é uma novidade para algumas aves. Os corvídeos, por exemplo, que possuem grandes cérebros escondem alimentos para buscar em momento mais adequado, um comportamento conhecido como armazenamento em cachê. Mas se outro indivíduo da mesma família flagrar o ato pode correr o risco de serem roubados.

Sabendo desse risco os corvídeos usam estratégias de proteção altamente elaboradas, que podem ser consideradas similares às táticas usadas por mágicos para ludibriar seu público. Essas aves podem fingir esconder o alimento em vários lugares, deixando bem mais difícil o rastreamento por outros indivíduos, algo bem parecido com o truque das bolinhas nos copos virados.


Reprodução/Pixabay

 



Na pesquisa publicada na PNAS foram realizados três truques em seis gaios-eurasianos e 80 participantes humanos. Os truques aplicados foram palming, french drop e fast pass, todos muito usados em mágicas para sumir e aparecer com objetos. O palming consiste em esconder um objeto na palma da mão, enquanto simula que a mão está vazia. O french drop, é a técnica de passar um objeto de uma mão para outras, sem de fato transferir esse objeto. Já o fast pass é a técnica de mover rapidamente o objeto entre as mãos, a ponto de não ser percebido pelo público.

Para que os dois primeiros truques palming e french drop funcionem, o observador precisa de algum entendimento essencial de como a transferência de objetos resulta. Ou seja, um conhecimento de que alguns movimentos podem gerar resultados específicos que levam os observadores a crer que não houve trapaça na ação.

Ainda não sabemos quase nada sobre a percepção de corvídeos em relação ao movimento das mãos humanas ou se há alguma expectativa delas sobre a observação de transferência de objetos com as mãos. As aves não têm mãos, por isso não sabemos o que o movimento significa para elas.

No terceiro truque, fast pass, o movimento é tão rápido que normalmente o espectador não percebe o que realmente aconteceu. As aves têm uma percepção diferente dos humanos, com um campo de visão mais amplo. Se os gaios do experimento gostaram das técnicas de prestidigitação isso pode significar que tinham pontos cegos semelhantes aos humanos.


Reprodução/Pixabay

 



Enquanto nossas amostras humanas foram enganadas pelos três truques mágicos, os gaios-eurasianos não caíram nos dois primeiros truques, provavelmente porque as aves não possuem expectativas sobre o movimento das mãos, o que deixa nós humanos subordinados a essas técnicas de enganação.

Já no terceiro truque, fast pass, os gaios foram facilmente enganados, o que pode significar que seu sistema visual assemelha-se ao dos humanos, explorando metodologias parecidas. Os pesquisadores agora devem intensificar os estudos para determinar como funcionam esses pontos cegos.

A pesquisa pode ser acessada no site da PNAS.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
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