Talha-mar (Rynchops niger)
 
 
Notícia
Aves migratórias estão voando mais alto, diz pesquisa
E para variar, as mudanças climáticas estão no radar dos cientistas
 

14/10/2021 – Com a chegada das temperaturas mais baixas, outono e inverno, todos os anos, bilhões de aves deixam as regiões de reprodução, em busca de alimentos para passar o inverno no norte em climas mais amenos, para retornarem na próxima primavera. Essas viagens são jornadas quase inacreditáveis que contam com milhares de quilômetros, passando por regiões inóspitas, como desertos e oceanos inteiros.

A cada ano essas rotas são cada vez mais monitoradas e estudadas e até o momento, sabia-se ou pensava-se que essas aves migratórias voavam em altitudes abaixo de 2 mil metros e somente em casos extremos, voariam acima de 4 mil metros de altitude. Contudo, uma nova pesquisa, realizada na Universidade de Lund, na Suécia, obsevou duas espécies de aves migratórias, uma pernalta e outra canora, que voam de forma regular entre altitudes de 4.000 e 6.000 metros, quando prolongam seus voos noturnos durante o dia.

Os pesquisadores verificaram que entre o dia e a noite, essas aves alteram a altitude de voo, com mais frequência e de forma mais brusca do que se imaginava, permanecendo com voos altos durante a noite e mais alto ainda, durante o dia. Esses dados foram coletados, graças às novas tecnologias utilizadas, até algum tempo, esses monitoramentos de aves migratórias eram realizados por meio de radares, que registravam as aves apenas por alguns minutos.

Reprodução/Pixabay

 



Para o novo estudo, pesquisadores desenvolveram um datalogger em miniatura que foi acoplado as aves. Com essa tecnologia é possível rastrear o comportamento, altitudes dos voos e sua localização. “Usamos esse novo tipo de datalogger para estudar o comportamento migratório da toutinegra-do-junco e da narceja-real. Tendo trabalhado no campo das migrações de pássaros por um longo tempo, esperávamos que esse novo tipo de dado aumentasse enormemente nossa compreensão de como os pássaros gerenciam suas migrações. Mas não estávamos preparados para o comportamento de voo em alta altitude que encontramos”, afirmam os pesquisadores.

As toutinegras-do-junco fazem parte de um projeto de rastreamento de longo prazo, 40 anos. Liderado por Dennis Hasselquist, em Lund, o estudo acompanha a migração dessa espécie que pesa 30 g, que voa durante a noite e passa o dia em terra firme para se alimentar e descansar, durante sua jornada de migração do norte da Europa até a África subsaariana, que dura um mês. “Durante as travessias do Mar Mediterrâneo e do Deserto do Saara, os grandes canavieiros às vezes prolongam seus voos noturnos por algumas horas no dia seguinte, ou durante o dia inteiro e a noite seguinte, durando até 35 horas”, explica o estudo.

Já as narcejas, são aves limícolas, que se reproduzem nas montanhas do norte da Suécia e migram por uma jornada de 6 mil km até a África subsaariana, em um extenuante voo, sem paradas que dura entre 60 e 90 horas, em meio a voos diurnos e noturnos. Ambas as espécies voaram em altitudes acima de 5 e 6 mil metros, bem além do que sabíamos.

Durante o monitoramento, um espécime de narceja-real voou acima de 8 mil metros, por mais de cinco horas em um dia, chegando a 8.700 metros, a maior marca já registrada para uma ave migratória. Acredita-se que as aves buscam essas altitudes para reduzir a temperatura corporal. Nessa altitude, a temperatura ambiente cai até 20°C.

Voar já é uma atividade imensa para aves, somando isso ao calor do sol e altas temperaturas é necessário que elas encontrem maneiras para amenizar os incômodos. Nesse processo, buscar altitudes maiores pode ser uma estratégia. Contudo, os pesquisadores dizem que ainda não é possível afirmar que o calor do sol deixa as altitudes mais baixas, menos confortáveis. Essas aves também podem buscar essas altitudes para fugir de predadores e até para melhorar sua orientação geográfica.

“Nossa pesquisa deixa claro que pequenas aves como toutinegras e narcejas são plenamente capazes, sem aquecimento ou aclimatação, de realizar viagens excepcionais com duração de várias noites e dias, cruzando continentes e oceanos em altitudes extremas. Ao compreender a causa desse comportamento, podemos aprender sobre as limitações para voar e os desafios que as aves migratórias enfrentam, à medida que os efeitos das mudanças climáticas começam a afetar seu ambiente”, afirmam os pesquisadores.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
Periquito-rico (Brotogeris tirica)
 
 
 

   
 
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